Colunista Drª Lorena Coelho: “Saúde bucal na gestação”

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A gravidez afeta a  vida da mulher em diversos aspectos ,inclusive na saúde bucal. Cuidar da boca e dentes é importante durante o período de gravidez. Condições a serem observadas incluem sangramento das gengivas, boca seca e enjoos matinais.

Há, cada vez mais, evidências sugerindo a existência de uma relação entre as enfermidades gengivais e os nascimentos prematuros, e de bebês que nascem com peso abaixo do normal. As gestantes portadoras de enfermidades gengivais têm maior propensão a dar à luz a bebês prematuros e abaixo do peso normal.
A periodontite (processo inflamatório de todos os tecidos localizados ao redor dos dentes e que também são responsáveis pela sua fiação) pode causar parto prematuro. Os microorganismos presentes na placa bacteriana percorrem a corrente sanguínea e estimulam a produção da prostaglandina, que é substância hormonal, provocando contrações do útero e acelerando o trabalho de parto.

Por esses motivos recomendamos o pré-natal odontológico com vistas à promoção da saúde bucal da gestante e à prevenção da saúde geral do bebê. A boca é a porta de entrada de muitas doenças, e, em hipótese alguma, deve ser tratada desassociada da saúde geral. É importante que hábitos saudáveis de higiene bucal e uma boa alimentação devem ser adotados desde a gravidez, pois o nível de saúde bucal da mãe tem relação com a saúde bucal da criança, para isso o açúcar adicional deve ser evitado já que o açúcar natural dos alimentos é o suficiente. Se a mãe apresentar cárie nesse período o fato está relacionado à mudança da dieta e não à gestação em si.

Para as mulheres em idade fértil e que desejam engravidar é primordial que façam um check-up odontológico. Além disso, estudos científicos mostram que crianças cujas mães apresentam alta concentração de Streptococcus mutans ( a bactéria causadora da cárie) na saliva adquirem essa bactéria mais cedo e em maior número, aumentando o risco de cáries nos dentes de leite. Prevenir é melhor que remediar!  Recomenda-se  uma consulta entre o quarto e sexto mês de gravidez, porque os três primeiros meses são os mais importantes no desenvolvimento da criança. No último trimestre da gravidez, o estresse associado com a consulta ao dentista pode aumentar a incidência de complicações pré-natais.

Na maior parte dos casos, radiografias, anestésicos dentais, medicação contra a dor e antibióticos (especialmente a tetraciclina) não são receitados durante o primeiro trimestre da gravidez, a não ser que sejam absolutamente necessários. Além disso, sentar-se em uma cadeira de dentista nos últimos três meses da gestação pode ser algo muito desconfortável. Há também evidências de que as gestantes podem ser mais suscetíveis à náusea. Mas, não se preocupe, pois seu dentista está preparado para ajudá-la nesta situação.

Se precisar fazer uma consulta de emergência, avise o consultório, antes de chegar lá, que você está grávida. Informe a respeito de qualquer tensão que estiver sofrendo, abortos naturais anteriores e medicamentos que esteja tomando. Tudo isso pode influenciar a forma pela qual seu dentista vai atendê-la e tratá-la. É bem provável que seu dentista entre em contato com seu médico, antes de iniciar qualquer tratamento.

Se tiver qualquer dúvida, insista para que seu dentista fale com seu médico. E se o dentista prescrever qualquer medicamento, não aumente a dosagem recomendada, mesmo no caso de uma simples aspirina.

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Drª Lorena Coelho

Cirurgiã Dentista