Suspeito de atacar mulher com seringa é detido e liberado no interior da Bahia

Ele foi cercado por população e preso pela PM; em Itaberaba, foi liberado

Segundo a delegacia de Itaberaba, tanto o suspeito quanto a suposta vítima foram encaminhadas até lá ontem à noite, quando foi constatado que o crime não aconteceu. “Ele não tinha seringa, não havia ferimento. Não teve crime e ele foi liberado”, explica um agente. Segundo ele, o suspeito aparenta ter problemas mentais.

Na capital, até o momento, são dez casos registrados, segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Não há detalhes sobre a vítima do ataque em Iaçu; a recomendação é que quem seja atacado com uma seringa procure um hospital para fazer exames e começar tratamentos para prevenir doenças transmissíveis.

Salvador

Enquanto não surge qualquer imagem de câmera de segurança ou retrato falado do denominado maníaco da seringa, o número de vítimas cresce dia após dia. Na sexta, subiram para dez os casos de pessoas atacadas nas ruas de Salvador, segundo informações da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). A pasta afirma que todas estão sendo acompanhadas pelo Hospital Couto Maia, especializado em doenças infectocontagiosas.

Duas das vítimas prestaram queixa na sexta, no final da manhã, na 3ª Delegacia (Bonfim). Outra vítima também esteve na unidade, ontem, para registrar queixa de ataques semelhantes. Desta vez, uma adolescente de 15 anos. Ela disse que foi atacada na manhã de ontem quando saía de uma lan house próximo à Lagoa da Paixão, no bairro de Fazenda Coutos III. “Eu estava perto de casa quando ele me atacou. Foi umas 9h. Também não vi nada e só me encolhi quando senti a dor. Está doendo até agora”, contou a jovem, que foi espetada na barriga.

Mais casos

Apesar de a Sesab confirmar a existência de dez vítimas, nem todas elas prestaram queixa à polícia. O CORREIO teve acesso a seis casos registrados em delegacias. Segundo a TV Bahia, outros dois casos ocorreram ontem. Um deles de uma mulher que teria sido espetada em São Cristóvão. Ao evitar que a filha pequena fosse ferida, ela acabou sendo a vítima. O outro caso é de um homem que conta ter sido atacado na Avenida Sete de Setembro.

Os casos de ataque com seringa começaram no dia 18 de setembro, quando o motorista de ônibus Edson dos Santos Melo, 40, foi ferido enquanto trabalhava no Largo da Madragoa, na Ribeira. Ele também registrou queixa na 3ª Delegacia e contou que ao parar o coletivo em um ponto foi perfurado na região da face por um desconhecido. “O cara entrou pela frente e, antes de passar o torniquete, me atacou e desceu”, relatou. Ele está debilitado devido aos efeitos colaterais do coquetel de remédios. “Me deram medicamentos para hepatite, tétano e HIV. Vou tomar 28 dias”.

Um soldado do Exército denunciou um caso parecido. Ele foi espetado no dia 7, quando caminhava na Avenida Joana Angélica, por volta das 12h30, após sair do trabalho, no Quartel da Mouraria. A vítima foi atacada no momento em que ele e o criminoso se cruzaram. “Ele disse que sentiu uma fisgada no braço e se desesperou quando viu a blusa manchada de sangue. Em seguida, viu o bandido correndo e segurando uma seringa”, disse a mãe do rapaz.

Temor

O terceiro caso registrado foi na terça-feira passada, envolvendo a operadora de caixa Eliana dos Santos Pires, 41, também na Ribeira. Ela estava em um ponto de ônibus, encostada em um poste, quando sentiu uma ferida nas nádegas. Ao olhar para trás, viu um homem negro se afastando do local, sorrindo, e com uma seringa na mão.

Segundo a vítima descreveu, ele usava uma camisa listrada nas cores branca e azul. “O ponto tava cheio de crianças. Eu tava encostada no poste e senti a picada. Senti as pernas dormentes e o local dolorido”.

Uma estudante de 12 anos também foi atacada na manhã de quarta-feira, também na Ribeira, agora na Rua Aníbal da Silva Garcia. De acordo com a delegada Ana Virgínia Paim, a estudante estava na companhia de uma colega, quando um homem negro, de estatura baixa e de porte atlético, espetou seu braço esquerdo e em seguida fugiu. Os três casos na Ribeira mudaram a rotina de moradores e chegaram a cancelar atividades em uma escola, por conta do medo de novos ataques.

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