A luta de Robson será a preliminar do confronto de um ídolo dele. No mesmo dia, o filipino Manny Pacquiao subirá ao ringue para enfrentar o americano Jessie Vargas. “Vou tentar tirar uma foto se ele passar por perto. É muito gratificante poder debutar pro boxe profissional num evento como esse. Estou muito feliz”, comemora Robson, que além de Manny Pacquiao também tem Muhammad Ali, Miguel Couto e Floyd Mayweather como referências.
Robson vai lutar em uma categoria abaixo da que foi campeão no Rio-2016, quando disputou pela leve (até 60kg). Em Las Vegas, o baiano vai defender a super pena (até 59kg). “No boxe olímpico, toda vez que você luta, você pesa, então o máximo que o atleta sobe são dois ou três quilos, porque tem a preocupação de ter que pesar de novo. No boxe profissional, você pesa um dia antes, então você tem um dia inteiro para recuperar e os atletas costumam subir 10kg de um dia pro outro, pois é uma luta só. O meu peso normal é 63kg, então eu baixo um pouco agora e vou estar com 63kg na luta”, explica.
Apesar de focado na luta, o pugilista não conhece o adversário de seu primeiro duelo como profissional. “Exatamente nada”, admite Robson, aos risos. “Eu não subestimo meus adversários, treino para superá-los, mas o que importa é eu estar bem treinado e confiante”.
Já o técnico Luiz Dórea estudou o adversário de 29 anos, que já é atleta profissional há dois. “Robson vai pegar um atleta experiente, já com oito lutas, quatro vitórias por nocaute, dois empates e duas derrotas por pontos. Nunca foi nocauteado. É forte, vem pra cima, mas Robson é o atual campeão olímpico e está muito motivado. Digo com muita segurança que ele vai vencer bem e por nocaute”, garante Dórea.
Elogios ao pupilo não faltam. “Ele está preparadíssimo e feliz. Cumpriu a missão no boxe olímpico, nos deu a sonhada e inédita medalha. Agora é um novo trabalho. Robson é um atleta muito determinado, sabe o que quer, tem atitude, está maduro e vai estrear em uma grande preliminar”, diz Luiz Dórea.
Robson Conceição continua morando na Boa Vista de São Caetano, mas depois do Rio-2016 já não circula despercebido pelas ruas de Salvador. “Estou sendo bastante reconhecido pelo povo e isso é muito bom”, comemora o atleta. O reconhecimento do público e a assinatura de contrato com a Top Rank Boxing, uma das maiores empresas de promoção ao boxe do mundo, foram as principais mudanças após a medalha olímpica. Patrocínios ainda não foram fechados. “É seguir como eu tinha planejado e sonhar mais alto, daqui a dois anos já estar lutando por título mundial”.
Robson ainda vai precisar esperar um pouquinho para disputar cinturões, mas em 2017 pode ser que ele suba ao ringue diante dos conterrâneos. Uma segunda luta, ainda sem data e adversário previstos, está sendo planejada para março. “Eles estão querendo fazer uma luta aqui no Brasil comigo. De início queriam fazer aqui na Fonte Nova, agora estão querendo fazer lá no Maracanãzinho, mas estamos brigando para que seja aqui”, informa o campeão olímpico. Antes, a missão é levar Clay Burns à lona.
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