Porta-voz da Usada rebate Lyoto: “Foi extremamente negligente”
Ryan Madden diz que brasileiro teve “alto grau de culpa” em doping: “Dentro de minutos, ele poderia ter determinado que seu produto não era seguro”
Lyoto Machida não ficou nada feliz com o gancho de 18 meses (retroativo a abril deste ano) que levou da Usada (Agência Antidoping dos Estados Unidos) por ter sido pego no doping com a substância proibida 7-keto-DHEA. O lutador acredita que, por ter sido honesto sobre a utilização do produto, deveria ter recebido uma pena menor, e também criticou a falta de um processo educativo por parte da agência para com os atletas. Em entrevista ao site “MMA Fighting”, Ryan Madden, porta-voz da Usada, rebateu o brasileiro.
– Toda a situação poderia ter sido evitada se o Sr. Machida tivesse usado os recursos disponíveis a ele para ver se o produto era permitido sob a política antidoping do UFC. Teria sido muito fácil, tudo o que ele tinha que fazer era visitar a GlobalDRO.com – uma fonte na qual todos os atletas se educam – e procurar por 7-keto. Ele também poderia ter falado conosco diretamente. De qualquer jeito, dentro de minutos, ele poderia ter determinado que seu produto não era seguro para se usar de acordo com o Programa.
Lyoto aceitou a punição de um ano e meio da Usada, e preferiu não ir a julgamento e arriscar uma sanção ainda maior. Madden acredita que o brasileiro também tomou essa decisão para não expor os detalhes do caso de doping.
– Acho que é totalmente possível que, devido ao grau de negligência do Sr. Machida – que, com toda honestidade, é extremamente alto -, sua equipe tenha decidido aceitar os 18 meses de punição ao invés de arriscar pegar um gancho completo de dois anos imposto por um árbitro. Além disso, como as pessoas que são familiarizadas com isso podem atestar, quando você vai a julgamento, todos os detalhes que cercam o uso da substância proibida pelo atleta são expostos ao público na decisão do árbitro, que é algo que seus conselheiros vão orientá-lo a levar em consideração. Às vezes, eu suponho, é mais fácil para o atleta – pelo menos do ponto de vista das relações públicas – aceitar a sanção e então tentar controlar a narrativa com a mídia. É infeliz, com certeza, mas é o que temos visto neste caso.
Na realidade, a pena inicial era de dois anos, mas a Usada optou por reduzi-la em seis meses. A redução foi considerada pequena, mas Madden explica que a agência leva em consideração o grau de culpa do atleta – e neste caso, Lyoto foi muito responsável pela infração.
– O Sr. Machida tomou um produto que tinha uma substância proibida listada nos ingredientes e que o próprio nome é de uma substância que está na lista de proibidas. E vamos ser bem claros aqui, o atleta neste caso não usou nenhum dos recursos próximos a ele – recursos dos quais lhe avisamos inúmeras vezes – para determinar o status do produto antes de ingeri-lo. Por causa disso, determinamos que o grau de culpa do atleta foi alto. Entretanto, porque o Sr. Machida estava disposto a colaborar e facilitar a investigação, acreditamos que uma redução de seis meses na pena era apropriada.
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