Bahia fica no TOP 10 de olimpíada de matemática; conheça alguns vencedores

Treze estudantes baianos levaram ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).

rtemagicc_luan-selena-obmep-jpegIrmãos, Selena e Luan são medalhistas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas

É de pequenino que se torce o pepino. Esse é um ditado que cabe bem para os irmãos Luan Fraga Ramires, 15, e Selena Fraga Ramires, 13, que foram incentivados pela mãe, Helena Silva Fraga, a gostar de matemática desde os primeiros anos do ensino fundamental e hoje possuem, juntos, seis medalhas conquistadas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Neste ano, Luan e outros 12 baianos colocaram a Bahia no TOP 10 de medalhas de ouro na competição.

Naturais de Andaraí, cidade do interior baiano a 440 km da capital, os irmãos começaram a competir por influência da mãe. “Quando eu estava na 2ª série (3º ano), ela falou sobre a olimpíada comigo e eu, sempre competitivo, comecei a estudar”, lembra Luan, que hoje está no 1º ano do ensino médio. “Eu imprimia as provas que eram disponibilizadas no site e dava para eles resolverem. No começo, eu ajudava, fazia junto, mas depois eles começaram a se virar sozinhos”, conta a mãe.

Na primeira vez que fez, Luan ganhou menção honrosa, o prêmio abaixo do bronze. “Aí, quando fui para a cerimônia de entrega, fiquei com muita vontade de ganhar ouro”, conta. O ouro veio no ano seguinte. Já Selena começou a participar por incentivo do irmão e levou bronze já na primeira participação, quando estava no 6º ano. Assim como aconteceu com Luan, o ouro saiu um ano depois. “Ele falava que não era tão difícil, que eu ia conseguir. Sempre fomos muito competitivos”, recorda.

A mãe dos dois enumera as sensações pela premiação dos filhos. “É alegria, satisfação, felicidade. É maravilhoso. Todo mundo na família fica orgulhoso por eles”, comemora.

Rotina de estudo

Luan participou da olimpíada pela quinta vez e conta que chegava a estudar quatro horas por dia, mas garante que a prova não é difícil. “Qualquer pessoa consegue fazer se estudar”, assegura. As duas medalhas de ouro e uma prata foram conquistadas resolvendo provas de anos anteriores. “Tem materiais muito bons no próprio site e alguns vídeos com problemas resolvidos no Youtube”, revela o método.

rtemagicc_dikson-obmep-jpgDikson Ferreira, 14, coleciona medalhas nacionais e regionais

A rotina de estudo de Dikson Ferreira dos Santos, 14, outro medalhista de ouro do estado, era mais flexível. “Desde criança gosto de exercícios de lógica, já tinha simpatia com a matemática. Eu estudava para a olimpíada quando tinha alguma tarefa da escola”, conta. Mas, a dica dele para quem deseja participar é a mesma de Luan: estudar pelo site da OBMEP, além de pesquisar exercícios na internet e procurar reforço escolar se a escola não for suficiente.

Morador da cidade de Araci, a 220 km de Salvador, o estudante enfrentava dificuldades por falta de aulas no povoado de Pedra Alta. “Algumas aulas eram à distância. Só depois comecei a estudar na cidade, com uma educação melhor, e tive que correr atrás das coisas sozinho”, ressalta. Participante pela quinta vez, hoje ele coleciona medalhas. São três ouros e dois bronzes.

Oportunidade

Por causa da olimpíada, os estudantes puderam viajar, participar de cerimônias, receber prêmios e conhecer pessoas. Com a conquista das medalhas, os três foram convidados a participar do Programa de Iniciação Científica (PIC), com uma bolsa mensal no valor de R$ 100.  A experiência com a OBMEP os ajudou a conquistar outras competições. Além das medalhas de matemática, Luan ganhou ouro na Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP) no ano passado.

Além disso, eles puderam viajar para outras cidades como o Rio de Janeiro, com hospedagem e transporte pagos pelo governo. “Eu pude passar duas semanas em Brasília num curso de preparação especial para competições internacionais quando ganhei meu primeiro ouro”, destaca Luan. “Quando fui para o Rio de Janeiro pela primeira vez foi uma experiência enorme porque eu nunca tinha saído do estado”, acrescenta Dikson. Ainda segundo Luan, as viagens são divertidas porque é possível encontrar pessoas que têm o mesmo interesse na matéria. Para Selena, matemática e interessante porque “está em tudo, nas coisas mais simples do dia a dia, como uma compra no mercado”, insiste.

Bahia na Olimpíada

Mesmo tendo ficado em 10º lugar no ranking de medalhas de ouro, totalizando 13 estudantes medalhistas, a Bahia ainda está muito atrás do estado vencedor. Minas Gerais, campeão tradicional da competição, levou um número esmagador: 125 medalhas. Seguido por São Paulo com 81 e Rio Grande do Sul com 46 medalhas. Já no ranking de prata, o estado desceu uma posição, ficando em 11º lugar, com 36 medalhas. Com a mesma posição no bronze, a Bahia teve 108 estudantes premiados.

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