Chances de Cunha se livrar de cassação na CCJ são escassas, avaliam deputados baianos

Brasil, Brasília, DF. 23 /10/2013. O deputado, Eduardo Cunha (PMDB RJ), discursa na tribuna da Camara dos Deputados,  durante votação da renegociação das dividas de estados e municípios com a União. - Crédito:DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:179091
Brasil, Brasília, DF. 23 /10/2013. O deputado, Eduardo Cunha (PMDB RJ), discursa na tribuna da Camara dos Deputados, durante votação da renegociação das dividas de estados e municípios com a União. – Crédito:DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:179091

Acossado por denúncias da Operação Lava Jato, as chances do presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se livrar da cassação são cada vez mais escassas. Esta é a avaliação de deputados baianos que compõem a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, última instância da Casa a qual o peemedebista recorreu para tentar salvar o mandato, com chances crescentes de ser abreviado pelos colegas parlamentares. Nesta quarta-feira (6), deve começar a apreciação do recurso que Cunha impetrou no colegiado na tentativa de conseguir anular a votação do Conselho de Ética que recomendou a cassação do seu mandato no plenário da Câmara. Entretanto, se depender das intenções de deputados ouvidos pelo Bahia Notícias, o peemedebista deve ter frustrada mais uma chance de tentar escapar da guilhotina política. O baiano Félix Mendonça Jr. (PDT) declarou que vai votar contra o pedido de Cunha. “Acho que o Conselho de Ética é soberano, não existe muito o que questionar”, afirmou. Classificada pelo pedetista como uma “palhaçada”, o processo de apreciação na CCJ pode ser postergado por articulações perpetradas por aliados do deputado afastado. “Pode haver, sim. Partidos têm mudado seus membros.

O presidente tem a força, você pode votar na hora que quiser, tem toda uma articulação, pode influenciar”, afirmou. Félix Jr, no entanto, quando indagado se soube de alguma articulação engendrada pelo presidente do colegiado, Osmar Serraglio (PMDB-PR), apontado como aliado de Cunha, para salvar o colega, tangenciou: “não estou ciente de nada”. Para o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), é “muito pouco provável” que a CCJ mude a decisão tomada pelo Conselho de Ética. Apesar de reiterar que Cunha tem direito à defesa, o democrata afirma não ter visto “nenhuma irregularidade” na forma como o processo foi conduzido anteriormente. “Eu tenho obrigação de ler o recurso dele e examinar, mas acho muito difícil que ele consiga uma decisão. O relator do Conselho de Ética foi muito democrático. Não consigo ver motivos de ordem jurídica. Nós não vamos analisar o mérito, a forma dela, pois isso já foi analisado pelo Conselho de Ética. Vamos analisar juridicamente”, explicou. Mesmo com os rumores de que o relator do recurso na CCJ, deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF), apontado como aliado de Cunha, vai apresentar relatório favorável ao peemedebista, Aleluia acredita que não há clima político no colegiado para reverter a decisão.

Ele ainda negou ter participado de supostas articulações feitas pelo Palácio do Planalto para salvar Cunha: “Eu não participei disso em nenhum momento e nem fui procurado para participar disso”, repudiou. Sem ainda ter lido o recurso, o deputado Arthur Maia (PPS-BA) preferiu não externar opiniões. “Como membro da CCJ, se eu falar qualquer coisa sem ver o processo, pode caracterizar pré-julgamento e, com isso, minha condição de julgador fica prejudicada. “Eu, como julgador, tenho que analisar os autos com cautela”, ponderou. O Bahia Notícias entrou em contato com os deputados Elmar Nascimento (DEM-BA), João Carlos Bacelar (PR-BA), Jutahy Junior (PSDB-BA) e Paulo Magalhães PSD/BA, que também fazem parte da CCJ, mas não conseguiu localizá-los.

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