O adeus da geração sem conquistas: Argentina perde, e Brasil é eliminado
Espanha vence por 92 a 73, garante o segundo lugar do Grupo B e pega a França nas quartas de final. Argentinos podem ter os Estados Unidos pela frente
O dia 15 de agosto de 2016 ficará marcado na história do basquete brasileiro. Não por algum feito histórico, mas pelo fracasso retumbante de uma geração incapaz de ir além de seu limite com a camisa da seleção brasileira. Não há mais Algodão, Wlamir, Amaury, Ubiratan ou Oscar, nem técnicos como Kanela e Ary Vidal. Na verdade, encerra-se nesta segunda-feira um ciclo de jogadores que nunca sentiram o gosto de uma conquista marcante pelo país em suas carreiras, entre eles, Nenê, Leandrinho, Marcelinho Huertas, Alex, Guilherme Giovanonni e até Anderson Varejão e Tiago Splitter, impossibilitados de jogar por lesões. Quem se colocou em uma situação na qual havia dependência de outro resultado, não pode reclamar.Depois de ter vencido a Nigéria na abertura da última rodada do Grupo B dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a seleção masculina foi eliminada da competição ainda na primeira fase com a vitória da Espanha por 92 a 73 sobre a Argentina, na Arena Carioca 1. Uma queda jogando em casa, com apoio de sua torcida, justamente em uma derrota de seu maior carrasco. A pá de cal sobre a modalidade, que já havia visto as meninas darem adeus sem vencer um jogo sequer.
O sopro de esperança da vitória sobre a Espanha na segunda rodada da competição se provou um verdadeiro acaso em uma campanha de completa de insegurança e sem poder de decisão. Mesmo em seus melhores momentos, jamais deu a impressão de que teria condições de conseguir algo mais em quadra do que realmente merecia uma entidade afundada em crises políticas e financeiras, que precisou pagar para jogar o Mundial de 2014 depois de não se classificar por mérito esportivo. Ainda que conseguisse a vaga, teria os Estados Unidos pela frente nas quartas de final.
Mas a chance de encontrar os americanos ficou apenas no sonho de consumo diante do que aconteceu no jogo que seria o da salvação do Brasil. Essa missão pode ser da Argentina caso a Croácia vença a Lituânia, às 22h30 (de Brasília). A Espanha contou com 23 pontos de Rudy Fernandez e mais uma atuação de excelência de Pau Gasol, com 19, além de 11 rebotes, terminando com a segunda colocação do Grupo B e um clássico europeu pela frente com a França nas quartas de final, quarta-feira.
Nessa situação sequer dá para reclamar dos argentinos, ainda que tenham começado o jogo sem sua formação inicial mais usada, deixando no banco de reservas Andrés Nocioni e Facundo Campazzo, carrascos do Brasil no sábado. Mesmo assim, começaram abrindo 8 a 0. A Espanha iniciou sua recuperação com Nikola Mirotic e Rudy Fernandez, conseguindo uma parcial de 22 a 3, que calou os argentinos na Arena Carioca 1 e aumentou a tensão dos brasileiros. No fim do período, 25 a 15 para os espanhóis.
Com o passar do tempo, o drama brasileiro foi aumentando. A Espanha apresentou o jogo consistente do confronto com a Lituânia e começou a abrir vantagem, que chegou a 16 pontos (41 a 25), ainda com quatro minutos por jogar no segundo quarto. A Argentina sofreu para se encontrar em quadra, mexeu de todas as formas e contou com o apoio da torcida para pelo menos se manter viva, perdendo por 48 a 35 ao fim do período, ainda alimentando a esperança de classificação do Brasil.
Mas não passou apenas de um fio de esperança. A Argentina demorou dois minutos para marcar seus primeiros pontos no terceiro quarto e viu a Espanha se deliciar no ataque, abrindo cada vez mais vantagem, que chegou a 22 pontos (62 a 40). Com o time bem ajustado depois de duas derrotas para Croácia e Brasil, os espanhóis conseguiram controlar o adversário e o placar confortável de 71 a 57 no fim do período, mesmo perdendo Juan Carlos Navarro, desqualificado com duas faltas técnicas.
A Argentina até esboçou uma reação no começo do último quarto, reduzindo a diferença para 11 pontos (75 a 64) em uma cesta de Scola, a 6m51 do fim. Mas não passou de um momento de lucidez nos últimos 10 minutos. Os brasileiros sofreram com a proximidade da eliminação a cada segundo no relógio, e os argentinos viram o festival de talentos da Espanha desfilar e fechar o jogo em 92 a 73, mostrando que os campeões europeus estão muito vivos na competição.
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