Defesa de jovem que matou ex durante sexo pede que júri seja suspenso

Julgamento está marcado para o dia 15 de setembro e defesa da suspeita diz que o júri não terá “imparcialidade”

RTEmagicC_5f4bdedece.jpg

A defesa de Vania Basílio Rocha, 19 anos, que matou o ex-namorado a facadas durante o sexo, pediu um desaforamento para que o julgamento dela seja suspenso e transferido para outra comarca. De acordo com o ‘G1’, o advogado defende que a mídia local e a família da vítima fizeram campanhas para influenciar o júri contra a suspeita.

O pedido foi publicado nesta sexta-feira (2) no Diário da Justiça de Rondônia. O advogado de Vania afirma que, assim, o júri terá “imparcialidade questionável”. O julgamento está marcado para o dia 15 de setembro em Vilhena, interior de Rondônia. Caso o pedido seja aceito, porém, essa data deve sofrer alteração.

Em resposta, a família de Marcos Catanio Porto afirmou que não realizou nenhuma campanha contra Vania. “Quem fez sua própria campanha foi a assassina, quando gravou um vídeo na delegacia debochando da família e da morte do meu irmão. Se estão querendo mudar de cidade, aconselho que mude de país porque não vai adiantar nada. Brasil inteiro se revoltou com o caso”, afirmou Caroline Catânio, irmã de Marcos, ao ‘G1’. A família diz ainda que se o pedido de desaforamento for aceito, eles irão recorrer.

Após a divulgação do pedido no Diário Oficial, a juíza de Direito, Liliane Pegoraro Bilharva, se manifestou sobre o caso e afirmou que o argumento de que a repercussão na mídia teria influenciado o júri não é razoável porque “é uma prática normal das mídias divulgar e acompanhar várias espécies de crimes”. Ela escreveu em ofício que o uso de imagens da vítima em camisetas pelos familiares é uma prática comum por parte da família.

RTEmagicC_e97c46df87.jpgRelembre o caso
Vania matou o ex-namorado Marcos Catanio Porto, conhecido como ‘Tim’, a facadas no momento em que os dois tinham iniciado uma relação sexual. Ele foi atingido por vários golpes e não resistiu aos ferimentos. O crime aconteceu no dia 30 de dezembro de 2015.

Na delegacia, Vania falou do crime. “Queria matar alguém. Não me arrependo. Fiquei olhando olho no olho até ele morrer”, afirmou, segundo o G1. Ela contou ainda que o crime foi planejado – a jovem, que é vendedora, levou uma faca na sacola.

O nome de Marcos foi escolhido de uma lista com três pessoas: além do ex-namorado, um amigo e um “ficante”. Após o crime, a mãe da acusada se recusou a pagar um advogado para defendê-la.

A Defensoria Pública de Rondônia (DPE-RO) pediu que Vania passasse por um exame de sanidade mental. De acordo com a direção do Presídio Feminino de Vilhena, algumas detentas ficaram com medo da jovem. “Ela estava falando sozinha com palavras desconexas e rasgou o lençol de se cobrir”, contou Flávio Miranda, diretor do presídio, ao ‘G1’.

Ela descumpriu uma regra do presídio onde estava, no mês de julho, e ficou proibida de receber visitas até o começo do mês passado. Vania e outras cinco mulheres que ficam na cela dois foram proibidas também de receber “jumbada”, ou seja, alimentos e produtos levados por visitantes.

.

RTEmagicC_c6cebb5f20.gif