Cigano alfineta Velásquez e Werdum, e garante que lapidou luta agarrada
Brasileiro afirma que luta com Ben Rothwell “esclareceu muitas coisas” e cutuca compatriota: “Werdum é um grande lutador de jiu-jítsu; de MMA, nem tanto”
Junior Cigano e Cain Velásquez fazem parte da história da divisão mais nobre do UFC: a dos pesos-pesados. Os dois se enfrentaram pelo título três vezes, com uma vitória do brasileiro e duas do americano. Como toda boa rivalidade, a disputa não fica somente no octógono. No último dia 20, ao responder a um fã no Instagram, Cigano disse que Cain não era mais o mesmo depois da USADA (Agência Americana de Antidoping na sigla em inglês). Em entrevista ao Combate.com, o catarinense disse que o nível das atuações de Cain realmente caiu.
– Não acho que ele estava lutando dopado. Nem posso dizer isso. Mas que ele não é mais o mesmo, ele não é. Fiquei impressionado com a atuação dele contra o Werdum, não parecia o Cain lutando ali. E nessa última luta ele foi até bem, mas o Travis Browne está muito em baixa também – a luta do Travis com o Werdum foi muito fraca, longe de atletas que estão no top 5 do mundo. Achei o Velásquez bastante mudado. A gente já lutou três vezes e eu me permiti errar por duas vezes da mesma forma. Ele tem um excelente wrestling, e eu respeitei demais isso e deixei as coisas acontecerem. Essa minha última luta com o Rothwell esclareceu muitas coisas para mim. Tenho certeza que seria outra luta se eu enfrentasse o Cain de novo.
Cigano vem de vitória por decisão unânime sobre Ben Rothwell, que vinha numa crescente na categoria – quatro triunfos seguidos. O brasileiro acredita que o duelo foi um divisor de águas. Conhecido pelo boxe apurado, ele começou a investir mais no jiu-jítsu e no wrestling, o que o fez sentir-se mais seguro no octógono.
Eu estava muito preocupado só com o boxe. Não eram só os fãs que falavam para eu me dedicar também à luta agarrada, eu já sabia disso. Os adversários já tinham feito uma leitura do meu jogo. Eu tinha que melhorar meu wrestling e jiu-jítsu para surpreender, e acabei dando um espaço muito grande para essas artes no meu treinamento. Não posso abdicar da luta agarrada, mas isso é um adicional. É claro que eu não tenho que fugir do boxe. Minhas mãos são rápidas, potentes, eu tenho que ter isso como arma principal. É isso que me faz feliz: nocautear. Não tem sensação melhor do que atingir um soco no meu oponente, seja no rosto ou no corpo, e vê-lo caindo. Aquilo ali é a melhor sensação do mundo para mim. Eu usei minha arte principal com o Rothwell, mas também me senti seguro nas outras, e fui feliz. Então, meu foco é no boxe, mas tendo claro que posso sempre usar o meu jiu-jítsu e meu wrestling como armas secundárias.
O UFC tinha interesse em marcar um novo duelo entre Cigano e Overeem, mas o brasileiro garante que o holandês recusou a revanche. De olho em uma luta com o campeão Stipe Miocic, ele tem consciência de que uma luta importante para a categoria, entre Cain Velásquez e Fabricio Werdum, está marcada para o dia 30 de dezembro. Junior apostou no compatriota, mas sem deixar de alfinetá-lo.
– O Werdum tem grandes chances (de vencer), ele é um atleta de jiu-jítsu. Ele é um grande lutador de jiu-jítsu; de MMA, nem tanto. Mas o forte do Cain é derrubar, então, na minha opinião, o Werdum tem grandes chances de vencer. Ele foi muito bem também lutando em pé contra o Cain na primeira luta, mas o Werdum tem que entender que o forte dele é o chão. A trocação dele funciona com caras que são do wrestling; contra trocadores, ele não tem chances de ir bem em pé.
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