Fogo na Chapada já chega ao equivalente a 350 campos de futebol
Um novo foco de incêndio foi registrado nesta quinta-feira. Novo avião vai ao local amanhã
O incêndio que começou no domingo na região da Chapada Diamantina já aumentou e destruiu 350 hectares na Serra do Barbado, que fica em Rio das Contas – o tamanho equivale a 350 campos de futebol. Além deste ponto, há focos de incêndio no Pico das Almas e no Campo do Queiróz, que fica na trilha para o Pico.
De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, o foco no Campo do Queiróz é o mais recente e ainda não há precisão quanto à sua dimensão. A área mais preocupante é realmente no Pico das Almas, que fica em um ponto bastante montanhoso, de difícil acesso e com muitos ventos, que ajudam a espalhar as chamas.
Nesta quinta-feira (3), atuaram no combate às chamas 10 brigadistas voluntários e 17 bombeiros, com auxílio de dois aviões e um helicóptero. Nesta sexta, está previsto que mais um avião chegue até por volta de meio dia para ajudar no combate aos focos de incêndio.
O local atingido pelos incêndios é de importância hídrica para toda a Chapada Diamantina porque é onde fica as nascentes de diversos rios que cortam os municípios da região. As chamas atingem uma região próxima à nascente do Rio Brumado, na Serra das Almas, local que fica nas proximidades da Área de Preservação Ambiental (APA) Serra do Barbado.
Em outubro deste ano, o governo lançou o programa Bahia sem Fogo para intensificar a prevenção da ocorrência de incêndios através da conscientização de moradores e visitantes. As atividades incluem monitoramento aéreo permanente nos focos da região, ações educativas como oficinas de educação ambiental, rodas de conversa, entrega de materiais socioeducativos e intercâmbio de experiências socioambientais. A ideia é que moradores e estudantes da região se tornem atores e multiplicadores dessas ações.
Ano passado, 7 mil hectares foram queimados
Em novembro do ano passado, os incêndios atingiram 7.909 hectares do Parque Nacional da Chapada Diamantina, o que equivale a 5,20% da área total da reserva, segundo estimou o Icmbio na época. Vandalismo, fogueiras não totalmente apagadas e o limpar do roçado são alguns dos fatores que mais contribuem para o início dos incêndios.
Em dezembro, a trilha da Cachoeira da Fumaça, no Vale do Capão, precisou ser suspensa por conta dos incêndios. Em Ibicoara, as chamas ameaçaram algumas casas nas comunidades de Machombongo e do Baixão. O fogo também provocou danos nas regiões do Ribeirão, na Serra do Veneno, em Lençóis, e do Rio Capivara, em Palmeiras. Antes, as trilhas da Fumacinha e da Véu de Noiva já haviam sido interrompidas.
A baixa umidade e o calor intenso permitiram a formação dos chamados fogo de turfa – quando as chamas não aparecem sobre a superfície, mas permanece queimando por baixo raízes e matéria orgânica. Não tem chama, mas tem fumaça. “O período mais crítico começa agora, em novembro, quando o tempo fica mais seco e favorece o aparecimento dos incêndios”, explicou a chefe do Parque. No ano passado, cinco helicópteros e seis aviões modelo air tractors (capazes de transportar até 3,8 mil litros d’água) foram necessários para controlar as chamas.
.