Cantora baiana está entre os 20 artistas que vão ‘estourar’ em 2017
Intérprete de Só Eu e Você, trilha da novela Sol Nascente, a canotra Illy foi eleita pelo Google Play Música como uma das promessas de 2017
Poucos sabem, mas a cantora baiana Illy Gouveia, 29 anos, está entre os 20 artistas brasileiros que vão “bombar” em 2017. A afirmação é do Google Play Música que, para chegar a esse resultado, analisou dados sobre a quantidade de execuções de músicas em sua plataforma de streaming, visualizações no YouTube, procura no Google e presença nas redes sociais.
A cantora baiana Illy Gouveia, 29, está preparando um álbum com direção musical de Moreno Veloso
(Foto: Alessandra Nohvais/Divulgação)
Radicada no Rio de Janeiro, Illy é quem dá voz à música Só Eu e Você, composição de Chico César que serve de trilha para a personagem de Claudia Ohana em Sol Nascente, novela das seis da Globo/TV Bahia. “Fiquei surpresa com isso e feliz demais. Ao mesmo tempo, é uma responsabilidade muito grande”, comenta Illy, sobre a aposta do Google.
“Estou entre artistas como Omolu, As Bahias e a Cozinha Mineira e é incrível estar no meio dessa turma. Ser apontada pelo Google é gratificante. Isso é uma resposta do trabalho que eu venho fazendo”, acredita Illy, que em março vai lançar a música Afrouxa, afoxé inédito do cantor e compositor paulista Arnaldo Antunes.
O videoclipe da nova música foi gravado no mês passado, em meio à tradicional Lavagem do Bonfim, com participação de bailarinos da Universidade Federal da Bahia e da Escola de Dança da Funceb. A composição de Arnaldo Antunes, gravada com Davi Moraes, Pedro Baby e Betão Aguiar contou com direção de Zunk Ramos e teve cenas rodadas na Ponta do Humaitá.
A escolha não foi à toa, já que Illy foi criada na Baixa do Bonfim e não nega as origens. “É paixão mesmo. Sempre participei dessas festas, é uma coisa cultural muito forte que me acompanha desde cedo, desde menina”, conta a artista, que gravou algumas das cenas de Afrouxa na casa do avô, na Ponta do Humaitá.
“A gente resolveu explorar o amor livre e minhas tias idosas participaram do clipe, ao lado de jovens, casais gays, heteros… Só na Bahia eu podia juntar toda essa turma com fé, com axé e tudo que a música pede”, diverte-se Illy, que há um ano e meio mora no Rio. Afrouxa vai fazer parte do próximo álbum da cantora, que terá direção musical de Moreno Veloso e lançamento previsto para esse ano, sucedendo o EP Enquanto Você Não Chega (2016). “Estou super feliz com tudo o que está acontecendo”, comemora a artista.
Caetano Veloso está confirmado na temporada da websérie Illy e a MPB de Todos os Sons
(Foto: Divulgação)
Websérie
A casa do avô de Illy, no Humaitá, que serviu de cenário para o novo clipe, também foi palco de inúmeros encontros da cantora com colegas de profissão, quando Illy ainda morava em Salvador. Foi a partir do evento com clima de sarau que surgiu a ideia de criar a websérie Illy e a MPB de Todos os Sons, no YouTube. Quem sugeriu o projeto foi o jornalista Jorge Velloso, marido, produtor e assessor de imprensa de Illy.
A primeira temporada teve participação de artistas como o cantor Gerônimo, o guitarrista Paulo Mutti, a cantora Manuela Rodrigues e o sambista carioca Mosquito. A nova temporada, que estreia depois do Carnaval, tem confirmados os cantores Caetano Veloso e Denny, da Timbalada, a banda de rap carioca 3030 e a cantora potiguar Roberta Sá.
“Estou com uma segunda temporada caprichada!”, promete Illy, sobre a websérie cuja ideia é simples: um encontro inusitado, com bate-papo e música, todo gravado por um celular. “Não tem microfone, edição nem nada mais”, explica a protagonista.
A cantora ressalta, ainda, que a websérie abre portas porque divulga não só o seu trabalho, mas o de diversas pessoas que estão começando e daquelas com carreiras consolidadas. “Fica bem legal o resultado e tem trazido boa resposta pra mim, no trabalho. Estar ao lado dessas pessoas é muito bom, importante, porque a gente aprende muito”, garante.
Illy e a MPB de Todos os Sons, assim como a mudança para o Rio, passam pelo mesmo objetivo da artista: servir de vitrine para seu trabalho. “Sempre ouvi falar muito que a MPB não acontecia na Bahia, não tinha espaço. Foi por questão de visibilidade que me mudei, para me conectar com outros artistas”, justifica.
Saudade da Bahia? “Muita”, responde Illy. “Toda vez que tenho que voltar daí é uma tristeza horrível. Sou família total. Mas já, já estou de volta. Vou passar o Carnaval em Salvador, porque tudo o que estou produzindo é para depois do Carnaval. Agora é hora do ‘me libera nega’”, finaliza rindo.
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