Após vencer na estreia no meio-médio, Dos Anjos não tem pressa pelo título

Ex-campeão dos leves, lutador brasileiro supera belga Tarec Saffiedine em nova categoria, mas admite que “têm muitos caras à minha frente” na divisão dos 77kg

Neste último sábado, Rafael dos Anjos começou uma nova trajetória na carreira. Depois de ser campeão dos leves e amargar duas derrotas em suas últimas lutas na categoria, ele decidiu subir para os meio-médios, e estreou com vitória contra o belga Tarec Saffiedine, em decisão unânime. O fato de ter vencido um rival ranqueado e ser um ex-campeão não o iludem quanto a uma possível disputa mais rápida de título, hoje sob o domínio de Tyron Woodley. Nem ele quer isso por hora.

gettyimages-696871876_qMoT4Yg

– Na primeira luta no meio-médio vencer o 10º (na verdade, o 11º) do ranking é bom, mas falando em cinturão, têm muitos caras à minha frente. Não tenho pressa, não quero atalhos, vou passo a passo, mas a caminho do meu objetivo. Sempre procuro ser o melhor. Com certeza quero esse cinturão um dia, mas passo a passo (…). Vamos ter Cerrone x Robbie Lawler, Tyron Woodley vai enfrentar o Demian Maia, e não tenho ninguém em mente agora. Quero enfrentar caras mais acima de mim, caras que vão me colocar um passo à frente na divisão, não quero andar para trás – afirmou, na coletiva depois da luta.

A vitória anterior de Rafael dos Anjos havia sido em dezembro de 2015, quando venceu sua primeira defesa de cinturão dos leves. Depois, perdeu o título para Eddie Alvarez e ainda foi derrotado por Tony Ferguson. Para voltar a ter o braço erguido, ele fez sacrifício, e agora respira aliviado pelo objetivo alcançado.

– Eu estava há 18 meses sem ter a mão levantada no octógono. Nos últimos 12 meses, deixei minha família por quase três meses, viajando e treinando. É tão bom sentir minha mão ser levantada e conseguir uma vitória…

Quanto à luta com Saffiedine, Dos Anjos acredita que a pressão que imprimiu no octógono foi determinante para a vitória.

– Estudamos seu jogo muito bem, sabíamos que ele gosta de lutar no clinche, e sabia que ele não lida bem com pressão. E pressão é meu forte. Trabalhei muito no clinche do muay thai com meu técnico Eduardo Pamplona, e isso funcionou bem. Eu o derrubei e fiquei por cima. Acho que ganhei a maior parte das trocas de golpes. Vou voltar para casa, rever a luta e continuar a melhorar.

O lutador brasileiro de 32 anos também ressaltou que a perda menor de peso na nova categoria o fez ficar relaxada. Se antes tinha que bater 70kg entre os leves, agora pode atingir 22kg na véspera da luta.

– Estou nesse jogo há tanto tempo, minha primeira luta foi aos 18 anos. Hoje tive bem menos estresse no corte de peso e nos treinos. Venho treinando mais feliz, com meus amigos e minha família. Não precisei ficar faminto. Alcancei o topo no peso-leve. No peso-meio-médio, sinto que ainda preciso de alguns ajustes, mas os farei e serei um lutador melhor nos 77kg – concluiu.

UFC: Holm x Correia
17 de junho, em Singapura
CARD PRINCIPAL
Peso-galo: Holly Holm x Bethe Correia por nocaute a 1m09s do R3
Marcin Tybura venceu Andrei Arlovski por decisão unânime (29-28, 28-27, 29-27)
Colby Covington venceu Dong Hyun Kim por decisão unânime (30-25, 30-26, 30-27)
Rafael dos Anjos venceu Tarec Saffiedine por decisão unânime (30-27, 30-27, 29-28)
CARD PRELIMINAR
Jon Tuck venceu Takanori Gomi por finalização a 1m12s do R1
Walt Harris venceu Cyril Asker por nocaute técnico a 1m44s do R1
Alex Caceres venceu Rolando Dy por nocaute técnico (interrupção médica) aos 5m do R2
Ulka Sasaki venceu Justin Scoggins por finalização aos 3m19s do R2
Li Jingliang venceu Frank Camacho por decisão unânime (29-27, 28-27, 29-27)
Russell Doane venceu Kwan Ho Kwak por nocaute técnico aos 4m09s do R1
Naoki Inoue venceu Carls John de Tomas por decisão unânime (triplo 30-26)
Lucie Pudilova venceu Ji Yeon Kim por decisão unânime (triplo 29-28)

.

Combate