PIS/Pasep: 1,2 milhão de baianos recebe abono a partir desta quinta (17)
Calendário de pagamento segue de acordo com as datas de nascimento dos trabalhadores e vai até o dia 29 de junho de 2018, prazo final para o recebimento
Os trabalhadores baianos inscritos no Programa de Integração Social (PIS) ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) e que tenham nascidos no mês de agosto, começarão a receber o dinheiro dos respectivos benefícios a partir desta quinta-feira (17). O calendário de pagamento segue de acordo com as datas de nascimento dos trabalhadores e vai até o dia 29 de junho de 2018, prazo final para o recebimento (veja quadros abaixo). No país, 24 milhões de pessoas receberão o chamado abono salarial, para as quais serão destinados R$ 16,9 bilhões. Na Bahia, serão 1.239.460 de beneficiados com um valor de R$ 900 milhões – montante que anima também os comerciantes, ansiosos por um reaquecimento da economia baiana.
Com cinco anos de carteira assinada, a administradora Lorena Matos, 28, é uma das beneficiadas deste lote. “O abono sempre foi útil para mim. Com essa grana, eu pago emplacamento (de carro) e outras coisas”, conta ela, que mora em Feira de Santana, no Centro-Norte baiano. No entanto, para o azar dos comerciantes, neste ano, ela pretende guardar a grana na poupança. Segundo Lorena, a única mudança foi no calendário de pagamento. Antes, ela recebia no dia 15 de agosto e, dessa vez, receberá a partir do dia 17, data em que a Caixa Econômica Federal, responsável pelo PIS, começa a liberar o dinheiro.
Para quem não está muito familiarizado, o PIS é uma contribuição tributária que as empresas pagam ao governo para que este possa financiar o seguro-desemprego e abono aos empregados do setor privado. Já o Pasep, é o benefício destinado para funcionários públicos, que o recebem pelo Banco do Brasil. A quantia que cada um embolsa varia de R$ 79 a R$ 937, dependendo do tempo em que se trabalhou formalmente em 2016.
Calendário de pagamento do PIS
Calendário de pagamento do Pasep
Tenho direito?
Estando inscrito nestes programas há pelo menos cinco anos, têm direito a este abono os empregados que trabalharam formalmente por pelo menos 30 dias em 2016, com remuneração média de até dois salários mínimos e que tiveram seus dados informados corretamente pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (Rais/ano-base 2016). Os trabalhadores poderão consultar o valor do benefício no Aplicativo Caixa Trabalhador, na página www.caixa.gov.br/PIS, escolhendo as abas “Você”, “Serviços Sociais”, “PIS”, “Consulta o Pagamento” ou pelo Atendimento Caixa ao Cidadão: 0800 726 0207.
Como posso sacar?
Para sacar o abono do PIS, as pessoas que possuem o Cartão Cidadão e senha cadastrada podem se dirigir a uma casa lotérica, a um ponto de atendimento Caixa Aqui ou aos terminais de autoatendimento da Caixa. Caso não tenha o cartão, o valor pode ser retirado em qualquer agência da Caixa, apresentando o documento de identificação. Já para o saque do Pasep, os servidores públicos precisam verificar se houve depósito em conta. Caso não tenha ocorrido, devem procurar uma agência do Banco do Brasil e apresentar um documento de identificação. Mais informações sobre o Pasep podem ser obtidas pelo telefone 0800-729 00 01, do Banco do Brasil.
Abono do ano-base 2015
Em julho, o governo reabriu o prazo para o saque do abono salarial do ano-base 2015 para os trabalhadores que não sacaram o benefício dentro do tempo estipulado. Agora, o prazo para retirada vai até o dia 28 de dezembro de 2017.
Este é o segundo ano consecutivo em que ocorre prorrogação. No ano passado, em que mais de 1,5 milhão de trabalhadores não realizou o resgate, essa mesma medida foi tomada. O valor ainda disponível chega a pouco mais de R$ 1 bilhão, segundo o Ministério do Trabalho.
Para saber se tem direito a receber do benefício, ano-base 2015, basta o trabalhador acessar o portal do abono salarial (http://verificasd.mtb.gov.br/abono/) e inserir o número do CPF ou PIS, junto com a data de nascimento. O site possui um relatório por estado, onde constam os nomes das pessoas que têm direito – mais de 84 mil beneficiários.
Endividados
No final do mês passado, o CORREIO noticiou que a Bahia era o estado com o maior número de devedores na região Nordeste, com mais de 4,1 milhões de negativados e ficando ainda em quarto lugar no ranking nacional, segundo dados de um estudo da Decision Analytics da Serasa Experian. A economista chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Marcela Kwauti, explica que, em geral, o valor liberado deste benefício não é suficiente para resolver a vida e é preciso que as pessoas procurem organizar as finanças para não ficar no vermelho.
“Tem muita gente que fica contando com isso, mas se não se ajustar, não tem milagre que seja feito. Quando a pessoa está usando o dinheiro extra para pagar contas básicas, como supermercado, farmácia, energia, é preciso ficar atento porque pode estar levando um padrão de vida elevado”, indica. A recomendação da especialista é que se o trabalhador tiver dívidas com juros, uma boa escolha é usar o dinheiro extra para saldá-la logo, antes que se acumule.
Para o superintendente da Central de Dirigentes Lojistas (CDL), Sílvio Corrêa, o montante de R$ 900 milhões introduzidos na economia do estado podem ativar o comércio e, inclusive, gerar novos empregos no segundo semestre deste ano. “É um valor bastante representativo, principalmente porque já tivemos também o recebimento do FGTS [Fundo de Garantia por Tempo de Serviço]. Nesse período, grandes varejos estão retomando a abertura de lojas, o que vai trazer novas contratações e, também, mão de obra temporária”, avalia.
Já o presidente do Sindicato de Lojistas da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta, tem expectativas mais moderadas porque a instabilidade econômica do país interfere diretamente no consumo. “É claro que isso irriga nossa economia, mesmo que as pessoas estejam economizando mais. Não acredito que o dinheiro chegará em larga escala no mercado porque está todo mundo muito cuidadoso com gastos por causa da crise”, pontua ele. Motta acredita que as pessoas utilizarão o benefício para regularizar dívidas, o que pode influenciar nas vendas à vista, já que muitas tendem a evitar o uso de cartão de crédito.
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