R$ 70 mil: Jovem de 19 anos simula o próprio sequestro e mãe descobre
Maria Júlia contou com a participação do namorado e mais dois amigos. Saiba como a polícia conseguiu desbaratar o plano quase perfeito.
Como ela teve a coragem ainda não se sabe. Mas um fato nesta semana chamou a atenção dos moradores do município de Piracicaba, no interior de São Paulo. Isto porque uma jovem resolveu simular o próprio #sequestro para extorquir a família. Ela só não conseguiu lograr êxito devido ao trabalho de investigação da Polícia Civil, que começou a suspeitar de tudo.
A jovem Maria Júlia, de 19 anos, não estava sozinha na elaboração do crime. Ela contou com a participação três pessoas: Michael Silva Santos, João Paulo Ferreira dos Santos e o namorado dela, Wesley Alison da Silva Barros. Juntos, arquitetaram o plano há dias no intuito de extorquir da mãe quantias significativas.
Na foto que foi divulgada pela polícia a jovem é vista com uma blusa moletom vermelha, mãos amarradas, a boca amordaçada e visivelmente os cabelos desgrenhados. Tudo para simular o sequestro perfeito.
O pedido de resgate
A mãe de Maria Júlia recebeu uma mensagem no celular. Nela estava a fotografia de Maria Júlia, juntamente com o pedido de resgate: R$ 70 mil. Para a mãe, não havia margem de dúvidas de que sua amada filha havia sido realmente sequestrada. Desesperada, a mãe correu para a delegacia mais próxima e pediu ajuda.
Fábio Rizzo de Toledo era o delegado de plantão da Polícia Civil naquele dia. Os contatos dos sequestradores foram retomados logo nas primeiras horas daquele dia. A imagem da filha amordaçada, em posição de sofrimento, não saia da cabeça da mãe e da família.
Os policiais civis da Delegacia de Investigações Gerais de Piracicaba começaram a desconfiar de alguns pontos estranhos nesse crime.
‘‘Devido ao modus operandi de como foi praticado o crime, surgiu a suspeita de que ela poderia estar envolvida no sequestro. Ou seja, que a filha estaria simulando o próprio sequestro”, disse Fábio Rizzo de Toledo em entrevista à RecordTV.
Os policiais logo perceberam que os valores exigidos pelos supostos sequestradores começaram a diminuir. Parecia uma brincadeira de muito mau gosto. Dos R$ 70 mil iniciais, os envolvidos passaram a exigir menos e chegaram a R$ 2 mil. O mesmo valor exigido, conforme já noticiamos aqui, de uma professora que também simulou o próprio sequestro.
Enquanto isso, a localização de Maria Júlia era um mistério. Mas, estranhamente, os sequestradores pararam de fazer contato com a mãe da jovem. As investigações da Polícia Civil não pararam e eles procuravam pelo suposto cativeiro através de dados cruzados com a companhia telefônica.
Então, Maria Júlia foi encontrada pela Guarda Municipal às margens da Raposo Tavares, em Piracicaba, implorando por ajuda. Ela disse aos que acabara de ser liberada pelos sequestradores.
Os guardas a conduziram até a DIG (Delegacia de Investigações Gerais).
Maria Júlia começou, então, o seu depoimento, mas os policiais, que já suspeitavam de tudo, começou a perguntar mais coisas. Foi aí que a menina caiu em contradição. Não podendo sustentar a mentira, ela por fim confessou: o sequestro era uma farsa.
O delegado disse também que algumas das mensagens enviadas ao celular da mãe, exigindo o dinheiro do resgate em troca da vida, foram digitadas pela própria filha.
A jovem, maior de idade, fez uma falsa comunicação de sequestro, o que por lei configura #Estelionato (Título II, Capítulo VI, Artigo 171). O plano arquitetado por Maria Júlia e seu namorado revelam, para a angústia da mãe, o quanto as más companhias mudam a pessoa e também o caráter.
Um caso recente que relatamos aqui mostrou como o jornalista e editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner, salvou a mãe de Fátima Bernardes de um golpe de falso sequestro.
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BlastingNews