Bunker de malas de dinheiro: Geddel usava imóvel cedido para guardar ‘pertences do pai

IMAGEM_NOTICIA_5Um imóvel relacionado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que está em prisão domiciliar, foi alvo de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (5). O apartamento, onde foi encontrado um bunker com pelo menos oito malas e seis caixas de dinheiro, pertence a Silvio Silveira e era cedido ao peemedebista para guardar “pertences de seu pai”, que já faleceu.

O imóvel se localiza na Rua Barão de Loreto, nº 360, Edifício Residencial José da Silva Azi, apartamento 201, no bairro da Graça, em Salvador. A ação da Polícia Fedral (PF) foi determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), de Brasília, para apurar a prática dos delitos de corrupção, quadrilha e lavagem dinheiro na manipulação de créditos e recursos, realizada na Vice-Presidência de Fundos de Governo e Loterias e na Vice-presidência de Pessoa Jurídica, ambas da Caixa Econômica Federal (CEF). Esse segundo cargo foi ocupado por Geddel, suspeito de ter recebido cerca de R$ 20 milhões de propina em troca da aprovação de recursos da CEF ou de liberação de créditos do FI-FGTS para beneficiar determinadas empresas.

Diante disso, o mandado de busca e apreensão foi estendido para esse apartamento porque ao longo da “Operação Cui Bono?” surgiu a suspeita de que o peemedebista estaria escondendo possíveis provas dos ilícitos no local (veja mais aqui). “Há fundadas razões de que no supracitado imóvel existam elementos probatórios da prática dos crimes relacionados na manipulação de créditos e recursos realizadas na Caixa Econômica Federal, considerando que Geddel Quadros Vieira Lima é um dos envolvidos no referido esquema ilícito e estava fazendo uso velado do aludido apartamento, que não lhe pertence, mas a terceiros, para guardar objetos/documentos (fumus boni iuris), o que, em face das circunstâncias que envolvem os fatos investigados (vultosos valores, delitos de lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e participação de agentes públicos influentes e poderosos), precisa ser apurado, com urgência, sob pena de tais elementos permanecerem desconhecidos/escondidos e/ou serem retirados/destruídos (periculum in mora), caso, realmente, digam respeito aos crimes mencionados acima”, diz a decisão judicial. No entanto, a medida cautelar ressalta que as buscas e apreensões deverão ser feitas “com cautela e discrição, e que sejam apreendidos apenas os documentos de prova exclusivamente relativos aos fatos sob investigação”. Além do político baiano, a investigação envolve o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o doleiro Lúcio Funaro e o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Ferreira Cleto.

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