Cidades baianas são campeãs nacionais na extração de carvão e lenha
Baianópolis e Xique-Xique lideram ranking de produção, segundo IBGE; estado também é destaque na produção de castanha de caju, umbu, piaçava e licuri
O município de Baianópolis, no Oeste do estado, é o que mais extrai carvão em todo país. Foram 26.500 toneladas no ano passado, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Bahia é o segundo maior produtor de carvão por extração do Brasil, perdendo apenas para o Maranhão.
Além de Baianópolis, outros municípios baianos estão entre os dez que mais extraem carvão. São eles: Riachão das Neves (3º lugar, com 18 mil toneladas), São Desidério (4º colocado, com 15 mil toneladas), Santa Rita de Cássia (5º, com 11.500 toneladas) e Cristópolis (6º lugar, com 10 mil toneladas).
Com 652.535 metros cúbicos extraídos, Xique-Xique, na região do Vale do São Francisco, é o que mais extraiu lenha no ano passado. No ranking, que mediu a extração da lenha, outras duas cidades baianas aparecem entre as dez: Jaborandi e Saúde.
Conforme o IBGE, ambos os produtos vêm registrando diminuição sucessivas. Em 2016, a produção extrativa de carvão vegetal, no Brasil, mais uma vez apresentou retração frente ao ano anterior, com volume 31,7% menor do que o registrado em 2015, atingindo 544.488 toneladas e valor de produção estimado em R$ 393,9 milhões.
De acordo com o órgão, a redução se deve à queda no desempenho da indústria siderúrgica nacional, principal mercado consumidor de carvão vegetal, e pela gradativa substituição do produto por outras fontes de energia, em virtude do maior rigor na fiscalização da produção ao longo dos anos.
O CORREIO entrou em contato com a assessoria do Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA), para saber se há denúncias contra empresas que atuam no setor de extração de carvão ou investigações em andamento. A assessoria prometeu se posicionar sobre a situação, mas ainda não enviou resposta. A reportagem procurou ainda o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão ligado à Secretaria estadual do Meio Ambiente (Sema), que é responsável pela fiscalização e acompanhamento das extrações, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
Lenha
A Bahia é o maior produtor de lenha a partir da extração, com 5.012.890 metros cúbicos (20,1% do total nacional). Na sequência aparecem Ceará (3.126.274 metros cúbicos) e Maranhão (2.094.874 metros cúbicos). Mesmo apresentando queda na produção em relação a 2015, os três estados juntos responderam por 41% do total de lenha extrativa no Brasil.
A produção nacional de lenha de origem extrativa também apresentou retração, segundo a pesquisa do IBGE. O volume extraído no país, em 2016, totalizou 24.954.940 metros cúbicos, com queda de 7,4% frente ao ano anterior. O valor de produção atingiu R$ 626,4 milhões.
Além de Xique-Xique, outros seis municípios baianos aparecem entre os 20 maiores produtores, que respondem juntos por 18,5% da produção brasileira.
Castanha, umbu, piaçava e licuri
A produção de castanha de caju, umbu, piaçava e licuri por extração também colocou a Bahia em primeiro lugar no ranking nacional por extração.
Na silvicultura – criação de florestas -, a Bahia é o terceiro estado em produção de carvão vegetal, com 150.977 toneladas de um total nacional de 4.957.238 de toneladas. Já em produção de madeira em tora para papel e celulose, são 13.617.123 de um total nacional de 85.152.174 toneladas.
Os dados são da pesquisa da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2016, que investiga 37 produtos oriundos do extrativismo vegetal e sete da silvicultura de todos os municípios brasileiros.
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