Traficantes matam mãe e filha em ato de vingança contra rival na Bahia

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As mortes da faxineira Adriana Nogueira Venas, de 41 anos, e da filha dela, Laiana Venas Silva, 18, foram motivadas por vingança, segundo afirmou a delegada Elaine Laranjeira, titular da 27ª Delegacia (Itinga).

Mãe e filha foram executadas a tiros dentro da casa de número 52, da Rua Milton Coelho, no Parque São Paulo, em Itinga – Lauro de Freitas –, na noite de domingo, 15.

Na ação, a filha caçula de Adriana, uma adolescente de 14 anos, foi baleada no tórax e em um dos braços, e uma jovem de 16 foi atingida com um tiro no braço esquerdo. Elas foram levadas ao Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador. Até esta segunda-feira, 16, a garota de 14 anos seguia internada. A outra teve alta médica.

Testemunhas contaram que o crime foi praticado por seis homens encapuzados. Eles arrombaram o portão e a porta do imóvel e, em seguida, quebraram a fechadura do quarto onde as vítimas estavam.

Na hora da invasão, além de Adriana, as filhas e a jovem, a filha de Laiana, de 2 anos, estava no quarto. A garotinha não foi ferida.

“Isso é briga do tráfico, queriam pegar o irmão dela [Adriana]. Já tentaram matá-lo duas vezes, como não conseguiram, fizeram isso com elas”, revelou um morador do bairro, sob anonimato.

A delegada confirmou que o irmão de Adriana, Airan Nogueira Venas, era realmente o alvo dos criminosos. “Ele tem envolvimento com a criminalidade e já respondeu por tráfico de drogas”, disse a titular.

Marcado para morrer

Conforme a delegada Elaine Laranjeira, há um mês, Airan agrediu, com um facão, um morador do Loteamento Vila Pedrita, também em Itinga, e, desde então, os traficantes de drogas que agem na localidade tentam matá-lo.

“É briga entre grupos rivais, uma rixa. Airan bateu em um senhor que não tem envolvimento. Aí os traficantes se revoltaram e disseram que iam se vingar”, reafirmou Elaine.

Segundo ela, todos os suspeitos de praticar o crime foram identificados. “Já sabemos quem são, todos foram identificados. As equipes estão na rua trabalhando para tentar prendê-los”, declarou.

Revolta

“Foi uma covardia o que fizeram. Na casa, só tinha mulheres e uma criança. Minha irmã era guerreira, trabalhadora. Lutava para colocar comida em casa para as filhas e os netos, a vida dela era ajudar as pessoas”, desabafou um irmão de Adriana.

De acordo com ele, a mulher era bastante conhecida e querida no Parque São Paulo e, devido a sua morte, o comércio e as escolas não funcionaram durante a manhã. Até as 12h30 desta segunda, a reportagem presenciou alguns comerciantes fechando as portas dos estabelecimentos e colando papéis com a palavra “paz”.

“Era minha vizinha, gostava muito dela, estamos de luto. As meninas que trabalham no caixa estão abaladas, não têm condições de trabalhar, por isso fechei”, disse o dono de um mercado.

Policiais da 81ª CIPM (Itinga), que trabalham na Base Comunitária, fizeram rondas na região. A Base Comunitária fica aproximadamente a 30 metros da casa onde ocorreu o crime.

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A Tarde