67,6% dos brasileiros apoiariam uma intervenção em suas cidades
Se a intenção do governo Michel Temer com a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro era (como dizem alguns analistas) mudar sua rota negativa de impopularidade, ele pode (em certa medida) estar no caminho certo — pelo menos segundo sondagem do Instituto Paraná Pesquisas divulgada nesta quarta-feira (21).
Segundo o instituto de pesquisas, 74% dos entrevistados aprovam a medida decretada por Temer na última sexta-feira (16) e chancelada pelo Congresso Nacional nesta semana. Apenas 20,5% dos participantes se declararam contra a intervenção e outros 5,4% não quiseram opinar.
67,6% deles afirmaram que aprovariam uma eventual intervenção federal em suas respectivas cidades contra 27,6% que se opõem à ideia.
A sondagem mostra, porém, que o grau de aceitação e rejeição da medida varia conforme o nível de instrução do entrevistado.
Assim, 77,9% e 73,6% dos entrevistados que concluíram até o ensino fundamental afirmam, respectivamente, que aprovaram a intervenção federal no Rio e apoiariam uma medida semelhante em suas cidades. Entre quem tem até o ensino superior, a proporção cai para 67,1% e 58,8%, na mesma ordem.
Em vigor desde a última sexta, a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro vale até 31 de dezembro deste ano. Enquanto estiver em vigor, o general Walter Braga Netto, do Comando Militar do Leste, será o interventor no Estado e terá o comando dos aparelhos de segurança do Rio, como as Polícias Civil e Militar.
Uma série de dúvidas e polêmicas aindam cercam a medida. Por exemplo, um dos principais debates da semana foi a declaração do ministro da Defesa, Raul Jungmann, de que a intervenção demandaria mandados de busca e apreensão coletivos, quando a Justiça autoriza a aplicação dessas medidas para aplicação em uma área mais abrangente. Após a repercussão negativa da proposta, o governo voltou atrás e suspendeu a possibilidade de adoção da medida.
A pesquisa online foi feita com 2882 pessoas de 215 municípios nos dias 19 e 20 de fevereiro. A margem de erro é de 2% com um grau de confiança de 95%.
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Exame.com