Perseguição acaba em tiroteio e mortes na Bahia; veja vídeo
Dupla morta integrava quadrilha de roubo de carros, diz SSP; moradores aplaudiram ação de PMs
Perseguição, tiroteio e mortes marcaram a noite de terça-feira (20) no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Dois homens morreram, por volta das 21h, em confronto com equipes das Rondas Especiais (Rondesp) da Polícia Militar na Rua Novo Triunfo – transversal da Avenida Cardeal da Silva, na altura do Rio Vermelho. Na manhã desta quarta-feira (21), ainda é possível ver os rastros de sangue na rua onde aconteceu o confronto.
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Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) da Bahia informou que a perseguição aos suspeitos começou na Avenida Paralela, quando os militares desconfiaram de homens que estavam em dois veículos modelos HB20 e Corsa. Quando foi dada a voz de prisão, segundo a SSP, um dos carros seguiu sentido Avenida ACM e o outro BR-324. As viaturas se separaram e perseguiram os automóveis.
O Corsa foi interceptado, próximo da Avenida Cardeal da Silva. “Dois criminosos conhecidos pelos apelidos de Sid Grandão e Buiú não obedeceram a voz de prisão e no confronto acabaram acertados. Foram socorridos, mas não resistiram. Com eles, os PM encontraram duas pistolas calibres 9mm (uso restrito)”, destacou a SSP, em nota. Um dos suspeitos foi identificado no Hospital Geral do Estado, para onde foram levados, como Sidney Ferreira Boa Morte, 29 anos.
Dupla que estava no Corsa foi morta em confronto
Foto: Divulgação/SSP
Já a equipe de PMs que seguiu atrás do HB20 achou o automóvel, abandonado, na localidade de Lama Preta, município de Camaçari, em frente a um imóvel. No quintal da casa foram encontrados dois carros dos modelos Toro e Gol. “Importante flagrante pela descoberta desse local de desmanche e também pela retirada de circulação das armas”, afirmou o comandante do Policiamento na Região Integrada de Segurança Pública (Risp) Atlântico, coronel Francisco Kerjean Lopes.
No total da operação, quatro carros com restrições foram recuperados além de duas armas apreendidas – de uso restrito das Forças Armadas e Polícia Federal. A casa em Camaçari, segundo a SSP, funcionava como um desmanche de carros roubados. Os carros e armas foram encaminhados para a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), que seguirá as investigações sobre a quadrilha.
Vizinhos relatam momentos de pânico
Os sinais da noite de horror permaneciam, até a manhã desta quarta-feira (21), por toda extensão da Rua Barão do Triunfo. Manchas de sangue e marcas de tiros denunciavam o crime da noite anterior. Foram cinco minutos de desespero para a aposentada Madalena Borges, 58 anos.
Ainda que tenha presenciado tudo do alto, do sexto andar do edifício em que mora há 20 anos, os tiros foram ouvidos com clareza. “Foi uma coisa tão, mas tão horrível, que nem sei te dizer o que senti. Muitos tiros, parecia que era aqui no prédio. O pior, é que não dava pra saber do que se tratava”, disse ela ao CORREIO.
Para Madalena, porém, a história não teve um final feliz. “Eu não acho que a morte de duas pessoas, sejam elas bandidos ou não, algo bom. A polícia parece se importar mais com matar do que preservar a vida. Tinha gente que não tinha nada a ver com a situação passando no momento, e eles continuaram atirando. Do ladrão a gente espera essa postura, mas e da polícia?”, argumentou ela, ao saber das mortes dos suspeitos.
Vizinho de dona Madalena, o empresário Clayton Da Vieira, 43, chegava em casa no momento do tiroteio.
“Eu fiquei sem saber se entrava na garagem ou se saía correndo. Foi aquela situação que você não sabe muito bem o que fazer, mas sente muito medo. Os tiros pareciam não ter fim”, contou Clayton, acrescentando que os policiais foram aplaudidos por moradores.
“Eu acho que os policiais não tinham muito o que fazer, senão reagir àquela abordagem. É uma questão também de defesa”, completou ele.
Sem se identificar, outra moradora relatou também ter presenciado o fato. “Eu moro aqui há 15 anos, nunca vi nada do tipo. Eu achei que era barulho de moto, a princípio, quando saí na janela e me deparei com aquele homem já caído” lembra ela, acrescentando que chegou a se deitar no chão. “Moro no térreo, então a gente não sabe o que pode acontecer. Só fui ver quando os barulhos cessaram”.
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