Após prejuízo de R$ 200 milhões, Petrobras fecha fábrica de fertilizantes na Bahia
Em 2017, a Fafen-BA apresentou resultado negativo
A Petrobras anunciou na noite de segunda-feira (19) que vai fechar a fábrica de fertilizantes nitrogenados da Bahia (Fafen-BA), localizada no polo petroquímico de Camaçari, até o final do primeiro semestre de 2018. Tecnicamente a companhia chama o procedimento de ‘hibernação’. “A hibernação consiste na parada de produção de unidade industrial, com a adoção de medidas de conservação para evitar a deterioração dos equipamentos”, destacou a companhia.
A decisão de encerrar as atividades produtivas da Fafen-BA se deve às perspectivas de perdas da Petrobras com esta operação. Em 2017, a Fafen-BA apresentou resultado negativo de cerca de R$ 200 milhões. Ao longo dos últimos anos, a Petrobras implementou diversas ações para otimização de custos, aumento de produtividade e melhoria de desempenho operacional, mas o resultado continuou abaixo do esperado e o cenário indica resultados negativos para os próximos anos.
A iniciativa faz parte do processo de saída integral da produção de fertilizantes, conforme anunciado pela companhia em setembro de 2016. “A hibernação da Fábrica de Fertilizantes da Bahia é parte do nosso esforço para focar os investimentos da Petrobras em ativos que tenham menor risco e tragam mais retorno para a companhia. Nosso planejamento estratégico concentra investimentos na produção de óleo e gás no Brasil, incluindo os investimentos para aumento da produção nos campos do Nordeste”, destacou, em nota, Jorge Celestino, diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras.
Além da fábrica da Bahia a decisão também inclui o fechamento da unidade produtiva de fertilizantes de Sergipe. “Em função disso, o resultado anual da Petrobras, divulgado nesta quinta-feira (15/03), apresenta provisão para perda (impairment) com as fábricas de fertilizantes de R$ 1,3 bilhão”, diz a Petrobras.
Com o encerramento das atividades da Fafen-BA, o abastecimento do mercado de ureia fertilizante será feito por importação – o que impacta na formqa produtiva das companhias misturadoras de adubo. A Petrobras informou que realizará investimentos no Porto de Aratu de forma a viabilizar a importação de amônia e o atendimento ao polo petroquímico de Camaçari. Para CO2, há alternativas de suprimento no próprio Polo Petroquímico de Camaçari que serão discutidas com os clientes, segundo a companhia.
Até finalizar o processo de interrupção, que deverá ocorrer até o final do primeiro semestre de 2018, a companhia informou que conversará com clientes e fornecedores para encontrar as soluções mais adequadas para a transição.
A Fafen-BA iniciou suas atividades em 1971, com foco na produção de fertilizantes nitrogenados. Os principais produtos da fábrica são amônia, ureia, gás carbônico e Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32). A unidade conta atualmente com 275 empregados próprios. “A Petrobras vai implementar todos os esforços para a realocação dos empregados em outras unidades da companhia”, garantiu, em nota.
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