Perseguida pelo ex, mulher posta invasão de casa na Bahia; veja vídeos

Apesar de denúncias, nenhuma medida protetiva foi expedida pela Justiça

Desde o ano passado, Maria Carolina Moura, 40 anos, não consegue dormir bem à noite, em sua casa no município de Arraial D’Ajuda, em Porto Seguro, Extremo Sul do estado. A mulher vem sendo ameaçada e perseguida pelo ex-namorado, Bruno Henrique, após o fim de 10 meses de namoro. A vítima postou registros da perseguição em sua conta no Facebook.

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Maria Carolina, que trabalha como síndica profissional, conta que o drama teve início quando Bruno a agrediu depois de uma crise de ciúme. Segundo ela, o ex conferiu o histórico de visita da conta pessoal de Carol na rede social e descobriu que ela tinha visitado o perfil de outro homem, cliente em um prédio que ela administra.

“Eu estava morando na casa dele, já que a minha estava de recém-comprada, e ele queria me expulsar de lá. Eu me neguei a sair e aí começamos a briga. Ele me agrediu com chutes na perna”, lembra ela, em conversa com o CORREIO. Apesar da agressão, a síndica resolveu reatar o relacionamento.

Porém, os problemas voltaram após Carol resolver romper novamente, no retorno de uma viagem com o agressor. “Desci do carro e voltei andando pra casa, quando passei por um posto policial. O policial me parou e disse que eu estava com droga. Neguei, mas quando ele abriu a mochila estava um pacote de maconha lá dentro”, explica.

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Maria Carolina lembra que só se deu conta que se tratava de uma armadilha planejada pelo ex-namorado quando o delegado afirmou que um rapaz havia passado no posto mais cedo e denunciado que uma mulher passaria mais tarde pelo local portando um tablete de maconha.

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Denúncias
Entre invasões e ameaças, Carolina registrou três boletins de ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) do município. O primeiro em abril do ano passado pela agressão; o segundo em maio por injúria e ameaça; e o último em novembro por invasão de domicílio.

A delegada adjunta da unidade, Camila Rocha, informou que a delegacia enviou os três inquéritos para o Ministério Público Estadual (MP-BA), onde indiciava Bruno Henrique por injúria, ameaça e invasão.

Ela explica que esses tipos de crimes são considerdos pequenos, que podem acarretar detenção de um a três meses no caso de invasão, ou até seis meses como injúria ou ameaça. Porém, a pena pode ser revertida para punições mais brandas.

“Ele poderia ser preso se fosse feito o flagrante, ou pelo descumprimento de medida protetiva”, explica a delegada.

A assessoria do MP-BA informou que a medida protetiva foi aceita, mas necessita ainda da avaliação de um juiz para a aplicação do pedido. O órgão não soube informar em que situação está a avaliação, pois não conseguiu contato com a 6ª Promotoria de Porto Seguro para mais detalhes.

“Eu já fui em psicólogo, porque eu já não conseguia sair de casa. Quando tentava sair, meu coração parecia que ia explodir. Meus filhos já não querem vir aqui em casa me visitar”, conta Carolina, emocionada.

Ela vai voltar à Deam nesta terça-feira (17) para dar novas declarações sobre o caso, após ter repercussão nacional. Segundo a delegada, novas denúncias surgiram, vindo de outras pessoas que se solidarizaram com ela e decidiram denunciar o agressor.

Lei Maria da Penha
A Lei Maria da Penha, que já protege milhões de mulheres em todo o país, agora recebeu uma nova mudança para garantir ainda mais a segurança de vítimas de agressão. A partir de agora, o agressor que descumprir a medida protetiva pode ser preso em flagrante, de forma preventiva. Antes, era necessário que a delegacia encaminhasse o caso à Justiça para pedir a prisão, o que poderia demorar algum tempo.

“Essa mudança é importantíssima. Aqui em Porto Seguro, caso a agressão ocorrese no final de semana, o caso só seria pego na segunda. Agora, o agressor pode ser preso no mesmo dia”, explica a delegada Camila Rocha.

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