Greve de caminhoneiros provoca desabastecimento do Mercado do Produtor de Juazeiro
O Mercado do Produtor de Juazeiro (BA) está operando, nesta quinta-feira (24), com apenas 10% das vendas, segundo informações da Autarquia Municipal de Abastecimento (AMA). O desabastecimento é reflexo da greve dos caminhoneiros nas rodovias do país, provocando queda de 90% na entrada de mercadorias nesta manhã e alta nos preços de produtos que ainda estão disponíveis no entreposto como banana, tomate, batatinha e repolho, por exemplo.
De acordo com o setor de estatísticas do entreposto, a Central de Abastecimento costuma receber em torno de 200 a 250 caminhões por dia e devido à paralisação houve uma queda de 90% na entrada dos caminhões. Como grande parte dos produtos vem de outros estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, e os caminhões estão presos nas rodovias, se passarem muito tempo parados na estrada, não haverá mais como comercializar os produtos hortifrutigranjeiros, o que afetará o Mercado do Produtor.
Entre os preços reajustados, está o da batatinha, que chegou a ser comercializada a R$ 170,00 o saco com 50kg, sendo que até ontem (23) seria encontrada por R$ 120,00 e já está com pouco estoque. Outros produtos perecíveis também caíram de preços e alguns não são encontrados como beterraba e cenoura. Todos os demais produtos comercializados no mercado já estão em falta, e não há informações de previsão para reabastecimento.
O presidente da Associação dos Permissionários do Mercado do Produtor, Cristiano Coelho, relata que a situação é delicada para a comercialização. “O Mercado está operando com apenas 10 % das vendas. Temos tempero seco que não chegou, pois ainda está em São Paulo na estrada, bem como os Cereais. Os permissionários estão preocupados com a situação e não querem nem abastecer seus estoques no momento, para não correr riscos de maiores prejuízos”, disse.
Preocupação
O diretor executivo da AMA, Mitonho Vargas ressaltou a preocupação com o abastecimento do 5° maior entreposto do país em volume e comercialização. “Todos os Ceasas do Brasil têm sofrido as consequências deste movimento o que acarreta em quase todos os seguimentos da sociedade brasileira. A nossa preocupação é que se este movimento se estender por mais alguns dias ficaremos sem capacidade de distribuição e abastecimento de boa parte do Norte/Nordeste. Cerca de 80% das vendas de hortifrutigranjeiros do Ceasas do Piauí e Ceará saem do nosso entreposto. Tudo isso trará ainda ajustes de preços e prejuízos inestimáveis de nossa produção e comercialização”, concluiu Mitonho.
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Carlos Britto