Sequestrador abraça e agradece vítima após mantê-la refém por 20h na Bahia

Antes de ser libertada, Rejaneia foi obrigada a dirigir para quadrilha fazer assaltos

rejaneia2Neia viveu momentos de tensão ao lado de quatro bandidos (Foto: Reprodução)

Quase 20 horas em poder dos sequestradores, sendo obrigada a dirigir para quatro homens armados praticarem diversos assaltos, depois de passar momentos ainda mais tensos quando ficou num matagal com os criminosos enquanto eles faziam uso de drogas, e o inesperado: um dos sequestradores abraçou e agradeceu a analista de Recursos Humanos Rejaneia Conceição da Paixão, 36 anos, antes de libertá-la.

“Por tudo que passou, ela não acreditava que voltaria para casa. Foi quando na hora de liberá-la, o mais calmo de todos os sequestradores a abraçou e a agradeceu por cooperar com eles”, contou uma pessoa próxima à família que preferiu não se identificar.

Neia, como é conhecida, estava em um aniversário e foi abordada pelos bandidos na hora que entrava no carro com outros dois amigos, por volta das 2h30 deste domingo (13), no bairro Parque Verde. Os dois dos amigos dela foram colocados dentro porta-malas do carro, um Fiesta preto com placa NTH-0571.

Ao chegar no local conhecido como Estrada da Cetrel, os bandidos deixaram os amigos da analista para liberar espaço no veículo e seguiram com ela, que continuou dirigindo o carro. Ela foi solta pouco depois das 22h30 na região de Camaçari. Na manhã desta segunda, ela prestava depoimento na 18ª Delegacia (Camaçari).

Tensão
Já em casa, Neia contou aos parentes que os bandidos, após liberarem os amigos dela, pareciam fugir de alguém. Então, foi obrigada a levar o Fiesta preto para dentro de um matagal nas imediações de Barra de Jacuípe, localidade de Camaçari.

Rejaneia ficou dentro do carro com os quatro rapazes armados – três tinham aparência de adolescentes. Ela descreveu eles como negros e magros e de estatura mediana. “Dois deles estavam muito nervosos, agitados. Todos eles fizeram uso de drogas, mas em momento algum nada fizeram com ela, sequer encostaram um dedo, disseram apenas que ela seria solta”, contou a fonte próxima à família.

Os criminosos aguardavam uma quinta pessoa para dirigir o carro. “Como essa outra pessoa não apareceu, por volta do meio dia, ela voltou a conduzir o carro para eles, que não sabiam dirigir”, disse a fonte.

Assim, Neia foi obrigada a dirigir para os bandidos cometerem assaltos. “Ela nos contou que foi mais um assalto, mas não pegamos os detalhes até mesmo para poupá-la, pelo que passou”, disse o irmão da vítima, Rômulo Paixão.

No bairro Cetrel, a analista de RH deixou dois dos quatro bandidos – eles fugiram numa moto que tinha acabado de ser roubada. Pouco depois das 22h30, os outros dois bandidos foram deixados em dois bairros de Camaçari.

“Foi quando o último deles, e o mais calmo, abraçou e agradeceu Rejaneia”, contou.

Livre, a analista de RH dirigiu até em casa. “Eu não sei como ela teve condições para dirigir. Além do clima tenso, ela passou esse tempo todo, pouco mais de 20 horas, sem comer e beber nada”, concluiu.

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