Caminhoneiro fica mais de 30 horas preso em ferragens após acidente na BR 116

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Por mais de trinta horas, ninguém viu o caminhão tombado no declive do quilômetro 65 da BR-116 em Vacaria, na serra gaúcha. Dentro do automóvel, o motorista estava preso nas ferragens, com a perna ferida e o corpo prensado. Everaldo José da Silva Ferreira gritou, mas não foi ouvido. O caminhoneiro passou duas noites geladas sozinho rezando para ser resgatado. Os freios do caminhão que dirigia falharam no trecho sinuoso. Apenas trinta e quatro horas depois, ele foi removido pelo Corpo de Bombeiros.

“Ele nasceu de novo. É tudo o que ele diz. Ele agradece muito a Deus por ter renascido. Essas são as palavras dele”, disse a VEJA Raquel Pires Bravo, de 41 anos, mulher do motorista. O casal morador de Caxias do Sul tem dois filhos, um de doze e outro de vinte anos. Foi o filho mais velho que percebeu primeiro que havia algo errado. O pai havia comunicado que chegaria à meia-noite de sábado para entregar a carga e devolver o caminhão à empresa. O filho deveria buscá-lo para voltarem para casa juntos. Porém, quando o filho telefonou para avisar que estava a caminho, o número de Everaldo parou de atender.

Sem informações, a família passou o final e semana angustiada. A empresa que contratou o frete não conseguia localizar o caminhão, mas percebeu que ele não estava em movimento. Na segunda-feira de manhã, a família decidiu pegar a estrada para procurá-lo. Praticamente ao mesmo tempo, um motorista que se deslocava para Vacaria notou algo estranho no declive onde o caminhão de Everaldo caiu e decidiu parar para verificar. O homem acabou descobrindo o caminhão caído. Trinta minutos depois, uma equipe do Corpo de Bombeiros de Vacaria chegou ao local e avisou a família, que já estava a caminho.

“Meu impacto ao ver ele daquele jeito foi muito triste, mas agora ele está bem”, contou Raquel. Everaldo estava consciente e com hipotermia. Ele está internado no Hospital Nossa Senhora da Oliveira, em Vacaria, para observação médica.

“Fica tranquilo que vamos tirar você daí”, disse o sargento José Ornélio Beck, dos Bombeiros, ao ver Everaldo preso nas ferragens. Beck coordenou o resgate, que contou com equipamentos especiais para afastar os ferros e remover o motorista sem feri-lo ainda mais. Depois disso, ele foi imobilizado para evitar novas fraturas e aquecido, já que sem alimento e exposto ao tempo, seu corpo estava gelado. A VEJA, o sargento disse que Everaldo estava calmo e informou que o acidente ocorreu por falha nos freios.

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Augusto Urgente