Apontado como líder do tráfico em Tanquinho é morto pela polícia
Leandro Viana rivalizava na cidade com seu antigo braço-direito Felipão, o Paraíba
Leandro de Almeida Viana, conhecido como TX ou Chatuba e apontado pela polícia como o líder do comércio ilegal de entorpecentes no município de Tanquinho, um dos mais violentos do estado, foi morto durante uma operação conjunta entre equipes da Superintendência de Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), Departamento de Polícia do Interior (Depin) e Coordenação de Operações Especiais (COE).
O suspeito estava escondido no bairro de Sussuarana, em Salvador, e foi localizado na manhã desta quarta-feira (7).
Ainda de acordo com a polícia, Leandro comandava de longe a venda de drogas em Tanquinho e voltava à cidade apenas para executar rivais e desafetos. O Atlas da Violência, elaborado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública (FBSP), mostrou esta semana que Saubara, no Recôncavo, tem taxa de homicídios de 125,8 para cada 100 mil habitantes, seguida de Tanquinho, com 123,8, e Simões Filho, com 119,9. Os dados são de 2017.
A SSP-BA informou que Leandro era investigado por quatro homicídios, sendo três deles cometidos este ano. “Ele foi o responsável por assassinar um vendedor de água mineral em via pública”, disse o titular da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/ Feira de Santana), delegado Roberto da Silva Leal. O suspeito também já tinha passagem por roubo e condenação por tráfico.
Leandro estava escondido em Sussuarana e, após perceber a presença policial, atirou. Segundo a SSP-BA, os policiais revidaram e atingiram Leandro, que foi levado ao Hospital Geral Roberto Santos, mas não resistiu aos ferimentos.
Com ele, a polícia informou ter encontrado um revólver calibre 38, pinos para embalar cocaína, balança, uma quantidade de droga não revelada, três celulares, relógios e anotações referentes ao comércio de drogas.
Drogas, celulares e armas apreendidos com Leandro (Foto: Divulgação SSP-BA)
Há cinco dias, uma submetralhadora calibre 9 milímetros, uma pistola calibre 380, um revólver calibre 38, carregadores e munições foram apreendidos, em Tanquinho, com integrantes da quadrilha de Leandro. “As armas eram do traficante e estavam sendo transportadas por comparsas a mando dele”, afirmou o delegado Roberto da Silva Leal.
Rivalidade
Após a divulgação do estudo do Ipea, moradores contaram ao CORREIO que o problema da violência provocada pelo tráfico de drogas era entre dois antigos amigos, Felipão e Leandro. Este se envolveu com a facção Bonde do Maluco (BDM) e passou a ser o chefão da cidade, com o envio de drogas e armas para o seu antigo braço-direito Felipão, o Paraíba.
Mas Felipão buscou a Katiara e não quis mais saber dos serviços de Leandro. Em Tanquinho, Leandro domina as áreas dos bairros do Brogodó, Bela Vista, Rua do Cipó e Parque do Centro. Felipão, por sua vez, atua no Bebedouro, Invasão e Barroquinha.
Segundo um comerciante, que atua no ramo de alimentos e preferiu não se identificar, vários estabelecimentos comerciais da cidade passaram a ter queda nas vendas depois da guerra do tráfico. “Antes eu 13 funcionários, hoje só tenho um e trabalho com mulher e filhos. Tive de fechar outros estabelecimentos. Antes, faturava cerca de R$ 1,5 mil por dia, hoje não chega a R$ 200”, afirmou.
.