Campo Formoso: Reminiscências Devotos de Santo Antônio – Campo Formoso- BA
Euzébio Da Silva Tibiriçá, segurando o andor do padroeiro de Campo Formoso Santo Antônio.
Euzébio da Silva Tibiriçá, nasceu nesta cidade de Campo Formoso BA, em 16 de dezembro de 1924 era filho de José Tibério da Silva e Ana Joaquina da Silva. Tinha como profissão mestre de obras da construção civil. Devoto de Santo Antônio Padroeiro de nossa cidade, era presença certa na procissão realizada todos os anos no dia 13 de junho em homenagem ao Santo. Segurava o andor na saída da Matriz, e acompanhava todo o cortejo pelas ruas da cidade. Tibiriçá era membro da Loja Maçônica Fraternidade Campoformosense. Foi um dos fundadores do Campo Formoso Social Clube e Sociedade dos Artífices. Pessoa sempre alegre e popular, nos saudosos bailes de micaretas realizados no Social Clube, gostava de se posicionar junto da orquestra apreciando e opinando no repertorio tocado. Sempre dava sugestão junto a Diretoria nas orquestras a serem contratadas. Exímio tocador de bateria, chegou a organizar conjunto musical chamado de os Tibiras Braças, que se apresentava em bailes regionais.
Euzébio Tibiriçá
Com outros desportistas, nos idos de 1940 e 1950 fazia com que tardes de domingo tivesse como atração as memoráveis partidas de futebol, realizadas no velho campo de futebol Lauro de Freitas, localizado na baixa da estação. Principais times da época: Fênix, Palestra Itália, Castro Alves, Comercial e Humaitá. Jogadores que se destacavam eram: Badú, Guimarães, Memé, Padeiro, Lindemar, Valdivino e outros.
Fato pitoresco aconteceu em nossa cidade no ano de 1965, envolvendo Tibiriçá, que era um homem que caminhava apressado, um verdadeiro ligeirinho, portanto bom de corrida também. Aqui morava um fotografo de apelido Tinho, possuidor de um velho Jipe ano 1940, mas devido ao zelo que seu dono dispensava ao mesmo, o carro rodava com desenvoltura.
Pois bem, foi organizada por amigos uma aposta diferente. Amigos de Tibiriçá apostavam que ele recebendo vantagem de cem metros de frente, tendo como ponto de partida o armazém do Salomão e chegada o posto fiscal que ficava em frente ao atual Posto de combustível Esmeralda, ele chegaria primeiro que o Jipe do Tinho. Foram casadas diversas apostas por torcedores de ambos os lados. A contenda foi marcada para um dia de domingo pela manhã. Na cidade não se falava outra coisa. A antiga rua Senhor do Bonfim, hoje Avenida Candido Peralva, ficou de ambos os lados enfileirada de pessoas, até o Prefeito Juca Marques, acompanhado dos amigos Clovis Saback de Miranda, Benigno Moreira da Cunha, Galdino Carvalho Marques, Nezinho Minervino, Zuquinha Marques, Flávio Vieira de Santana e outras autoridades lá se encontravam. De repente estouraram gritos, surgiram os competidores; Tibiriçá vinha numa disparada, que parecia uma ema, sua vitória era praticamente assegurada, sob gritos variados uns berravam corre Tibiriçá, outros acelera Tinho, o Jipe na descida ganhou significativa velocidade, mas o corredor ainda vinha com 50 metros de frente, dava para chegar no final com pelo menos 10 metros de diferença. De repente o imprevisto aconteceu, ali aonde hoje, fica a residência do Senhor Ferreira, Tibiriçá tropeçou nos próprios pés e se esborrachou no chão, o motorista para não o atropelar, jogou o veículo para direita que bateu fortemente numa casa onde funcionava o bar do Sr. Silas Campos. Quase acontecia uma tragédia. O motorista Tinho, achando que tinha atropelado alguém, pulou do Jipe, e saiu em fuga correndo pela à antiga rua do jogo, atual rua Meireles, indo se esconder na baixada da estação, em denso matagal dos pastos pertencentes a Dona Lola, (Maria Souza de Oliveira).
Euzébio Tibiriçá, acompanhado de sua esposa, Dina Ferreira
O amigo Ivan Barreto e seu irmão Dalmar Barreto, relatam que quando rapazes, vez ou outra iam jogar bola no Povoado de Poços, fretavam o caminhão Chevrolet do Sr. Antônio Reis Sobrinho, que era dirigido pelo hábil motorista, Newton Simas Reis, entretanto Tibiriçá preferia ir a pé, correndo, quando o lento caminhão lá chegava ele já estava batendo bola com o time local.
“José Carlos Martins”, Historiador e Pesquisador da História de Campo Formoso (BA)
Tibiriçá foi casado com a Senhora Ione Vieira da Silva, ficando viúvo, casou-se com a Senhora Diná Ferreira da Silva. De ambos os casamentos, não deixou filhos. Faleceu, aos 86 anos de idade, em 31 de novembro de 2010. Sempre foi homem integrado em todos os movimentos, e acontecimentos socias da sua época. Seu nome sempre será lembrado por aqueles que o conheceram e viveram este período exuberante de nossa cidade.
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Por: José Carlos Martins e Historiador PeSquisador da História de Campo Formoso (BA)