Líderes de partidos querem mais 3 parcelas de auxílio emergencial
Presidente Jair Bolsonaro define valor da nova parcela até sexta-feira
Movimentação na Caixa por causa do Emergencial. Foto: Lucas Lacaz Ruiz / A13 / Agência O Globo Foto: Lucas Lacaz Ruiz / Agência O Globo
O presidente Jair Bolsonaro deve definir até sexta-feira por qual valor irá prorrogar o auxílio emergencial l, atualmente em R$ 600, e em quantas parcelas adicionais. A equipe econômica insiste em um valor menor, o que vai exigir um acordo com o Congresso. Já os lideres dos partidos defendem mais uma parcela de R$ 600 e duas de R$ 300.
Não sabemos ainda o valor, mas será abaixo de 600 e passará pelo Congresso, disse um técnico envolvido nas discussões. A ideia seria prorrogar benefício no valor de R$ 200 ou R$ 300 até o fim do ano a fim de construir uma transição para o Renda Brasil, que vai substituir o Bolsa Família.
Segundo fontes da equipe econômica, o governo avalia fazer a prorrogação do benefício por meio de medida provisória. Caso esta seja a solução adotada, as características do programa, como o valor do benefício, por exemplo, podem ser alteradas no Congresso.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que se o governo enviar uma proposta reduzindo o valor do auxílio emergencial, o Congresso vai restabelecer o valor original de R$ 600.
– Eu duvido que o presidente tenha coragem de reduzir o valor do auxílio porque está surfando na onda – disse Silva, ao se referir aos efeitos positivos da concessão do benefício na popularidade do presidente Jair Bolsonaro.
– Agora se fizer, nós vamos subir o valor. Não vamos assumir esse ônus. Quem tem que pagar a conta é o governo com dinheiro público. A prorrogação é necessária porque o pico da pandemia ainda não passou – disse Silva, lembrando que os partidos da oposição estão alinhados nesse sentido.
O auxílio emergencial de R$ 600 foi criado por lei de iniciativa do Congresso em abril para ajudar trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais, desempregados, além das famílias que recebem o Bolsa Família a atravessarem a crise na economia causada pela pandemia do coronavírus.
Inicialmente, o benefício seria pago por três meses, mas diante das incertezas, o governo prorrogou o auxílio por mais dois meses. A última parcela será paga em agosto.
Apesar de o orçamento de Guerra permitir despesas fora do teto do gasto público para enfrentar a pandemia, o custo elevado do auxílio, que já beneficiou 65 milhões de pessoas, preocupa a equipe econômica. Segundo dados do Tesouro Nacional, o gasto previsto até agora soma R$ 254,4 bilhões, sendo que já foram desembolsados R$ 182,87 bilhões.
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O Globo