Sindicato dos Correios planeja greve nacional para a próxima segunda
Federação e Sindicato dos trabalhadores dos Correios distribuídos pelo País irão convocar uma assembleia geral extraordinária na próxima segunda-feira (17) para decidir se irão deflagrar uma greve nacional. A motivação é a exclusão das cláusulas que compõem o Acordo Coletivo de Trabalho da empresa. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), que alega tentar dialogar com a direção da estatal desde o início de julho, considera “absurda” a proposta do presidente dos Correios General Floriano Peixoto.
“Nós não queríamos negociar em plena pandemia, mesmo assim Floriano Peixoto convocou os trabalhadores para negociar um novo acordo coletivo. Na reunião, simplesmente não houve negociação. Ele quer acabar com quase todos os pontos que lutamos há mais de 20 anos para conquistar”, comenta Roberto Alexandre, carteiro pernambucano há 31 anos e membro do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos em Pernambuco. Ele alega que a empresa justica decisão de tirar boa parte dos pontos do acordo como corte de gastos.
Segundo o sindicato, 70 das 79 cláusulas foram retiradas. “Foram revogados direitos como o 30% do adicional de risco, vale-alimentação e auxílio-creche. Tiraram também o anuênio, o adicional noturno, a hora extra, as gratificações e o vale cultura”, explica o carteiro. As reuniões da assembleia nacional irão acontecer em todo o País, incluindo a capital pernambucana e as sedes de Caruaru e Petrolina. A previsão é que a greve, se decidida, seja deflagrada às 22h do mesmo dia. “Será a maior greve da história do País”, reforça o sindicalista.
Em nota ocial no site da Fentect, o texto arma que há “descaso e negligência da empresa com a vida de trabalhadores e clientes” durante a pandemia”. De acordo com a publicação, os sindicatos estão travando diversas disputas judiciais para itens de segurança, como sabonete, álcool em gel, desinfecção de agências e testagem de trabalhadores. O sindicato também diz que os Correios se negam a fornecer os dados de funcionários e terceirizados infectados pela covid-19 e a quantidade de óbitos pela doença. A reportagem entrou em contato com os Correios e recebeu resposta por meio de nota. A empresa afirmou que a pauta de reivindicações enviada pela Fentect geraria um acréscimo de R$ 961 milhões nas despesas dos Correios, um valor que representa quase dez vezes o lucro de 2019. (Fonte: JC Online)
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Carlos Britto