Grande incêndio atinge área de preservação ambiental em Serra Talhada
Um incêndio de grandes proporções atingiu o Parque Estadual Mata da Pimenteira, primeira unidade de conservação (UC) de Pernambuco no bioma Caatinga, no município de Serra Talhada (PE), Sertão do Pajeú. Uma equipe do Corpo de Bombeiros e da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) está na área, combatendo as chamas. O fogo começou no final da manhã do último domingo (11) e, até o início da tarde desta terça-feira (13), não havia sido contido.
“Estamos com o Corpo de Bombeiros de Pernambuco e com profissionais da CPRH nesta luta para extinguirmos o incêndio que, na tarde de ontem, parecia controlado. No entanto, os ventos da noite fizeram as chamas aumentarem e, hoje, o fogo se alastrou, saindo dos limites da unidade de conservação. O combate está sendo realizado, a partir de hoje, também por via aérea, com o apoio de uma aeronave para o lançamento de água”, explicou o diretor presidente da CPRH, Djalma Paes. Até o momento, não há estimativa do tamanho da área afetada pelo incêndio, nem a causa e as consequências do mesmo.
O analista ambiental da CPRH e gestor do Parque Estadual Mata da Pimenteira, Rodrigo Ferraz, está na operação desde o último domingo. Segundo ele, “a unidade de conservação possui quase 900 hectares de extensão, onde predomina a caatinga. É uma área com muitas pedras, de vegetação fechada, o que dificulta o acesso. Mas, desde que fomos acionados, estamos juntos com o Corpo de Bombeiros e os voluntários, nesta missão”.
O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Cristiano Correa, que comanda a operação de combate ao incêndio no Parque Estadual, explica que do dia1º de agosto ao dia 10 de outubro, a instituição atendeu mais de 250 chamados para contenção de incêndios em vegetação nativa na região do Sertão do Pajeú. “Apagamos incêndios também no Sertão do Araripe, do Moxotó, Central e do São Francisco, mas, as ocorrências no Sertão do Pajeú superaram os números das outras áreas. Este ano, já em outubro, contabilizamos um aumento de mais de 30% dos incêndios ocorridos em relação ao ano de 2019, só na região do Pajeú”.
Justificativa
Para o comandante, a explicação é a de que, além dos ventos, da baixa umidade e da alta temperatura, o ano de 2020 foi de chuva abundante no Sertão, o que significa crescimento da caatinga. “Parece contraditório: em anos de mais chuvas, mais focos de incêndio. Mas o crescimento da vegetação leva ao aumento da biomassa, que vira combustível. Pega fogo rapidamente. Como a chuva traz de volta a esperança na colheita, o sertanejo volta a plantar. E pequenos agricultores que fazem a limpeza de áreas, queimando a terra para plantarem, que é o sistema de coivara, também promovem o risco de incêndios”, comentou.
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Carlos Britto