Governo reduz gasto de enfrentamento à pandemia e tem superávit de R$ 41 bi até abril
Com uma forte redução nos gastos de enfrentamento à pandemia em 2021 e uma alta nas receitas, o governo registrou superávit de R$ 41 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano. O resultado, divulgado pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (27), é o quarto melhor para o período da série histórica iniciada em 1997.
Em abril, o governo conseguiu arrecadar um volume maior do que o total de gastos. Com isso, registrou superávit de R$ 16,5 bilhões. No mesmo mês de 2020, quando o país vivia o início da pandemia, foi registrado um rombo de R$ 93 bilhões nas contas federais.
O resultado do mês não era esperado pelo mercado. Levantamento feito pelo Ministério da Economia apontava para um déficit de R$ 20 bilhões.
“O resultado [foi] influenciado pela evolução da arrecadação, bem como pela redução significativa dos gastos em resposta à crise da Covid-19”, informou o Tesouro.
Em abril de 2020, com menos de dois meses de pandemia, o governo já havia liberado R$ 45 bilhões em gastos emergenciais fora do teto, regra que limita as despesas públicas. Nos quatro primeiros meses de 2021, esse gasto somou R$ 20 bilhões.
Neste ano, o governo optou por não renovar a calamidade pública que vigorou em 2020 e permitiu uma expansão de gastos públicos para o enfrentamento à pandemia. Sem Orçamento aprovado, os programas emergenciais foram interrompidos por mais de três meses.
Em março, o Congresso aprovou a PEC Emergencial e destravou a nova rodada do auxílio emergencial. Os pagamentos foram iniciados em abril.
Além disso, somente no fim do mês passado houve liberação de recursos para a reedição do programa que permite corte de jornadas e salários de trabalhadores, com compensação parcial paga aos trabalhadores afetados.
De acordo com o Tesouro, uma melhora da economia influenciou positivamente o resultado das contas do governo.
“A percepção de um ambiente econômico mais robusto do que o inicialmente projetado, a viabilização de ações de combate à pandemia que não comprometem o instrumental de controle das finanças públicas, e o fortalecimento do arcabouço fiscal por meio da PEC Emergencial, promoveram efeitos positivos sobre as chamadas condições financeiras”, informou o órgão.
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