Polícia acredita que disputa de terra causou morte de agricultor em Barreiras
A Polícia Civil da Bahia (PC-BA) apontou que uma disputa de terra pode ter sido a motivação para o assassinato do agricultor Paulo Antônio Ribas Grendene, de 61 anos. A informação foi passada para o secretário da Segurança Pública, Ricardo Mandarino, e para a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, durante reunião em Barreiras, no Oeste Baiano, local do crime.
Grandene foi assassinado em 11 de junho, o agricultor passava de carro pelo bairro de Bandeirantes quando foi interceptado por dois homens armados e encapuzados. A dupla disparou várias vezes contra a vítima, que morreu na hora.
A vítima havia denunciado à polícia que suas terras estavam sendo invadidas por pessoas ligadas às organizações criminosas investigada pela Operação Faroeste, responsável por investigar venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
O delegado Rivaldo Luz, titular da 11a Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Barreiras), declarou que nove testemunhas foram ouvidas e que a investigação está analisando imagens de câmeras na região do crime.
“Estamos aqui em Barreiras para dar apoio aos nossos policiais e para a população da região Oeste saber que vamos atuar com celeridade”, afirmou Mandarino.
Operação Faroeste
A Operação Faroeste foi deflagrada pelo Ministério Público Federal (MPF) em novembro de 2019, com a instauração do Inquérito 1.258/DF. O objeto inicial era a existência de suposto esquema de venda de decisões no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) com o envolvimento de pelo menos quatro desembargadores.
O esquema criminoso criado por Adailton Maturino dos Santos – que passou a contar com a participação de magistrados – consistia na legalização de terras griladas no Oeste do estado. A orcrim conta, ainda, com laranjas e empresas para dissimular os benefícios obtidos ilicitamente. Há suspeitas de que a área objeto de grilagem supere os 360 mil hectares e de que o grupo envolvido na dinâmica ilícita tenha movimentado cifras bilionárias.
Com o aprofundamento das investigações e a deflagração de outras fases da Operação Faroeste pelo MPF foi descoberto também o envolvimento de integrante do alto escalão e de servidores do Ministério Público do Estado da Bahia, de servidores da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP/BA) e de advogados.
Até o momento, foram tomadas várias medidas cautelares, como prisões temporárias e preventivas, buscas e apreensões, afastamento de funções públicas, quebras de sigilo bancário, fiscal e telemático de diversos alvos. As investigações apontam para a existência de uma engrenagem criminosa com várias ramificações com a participação de dezenas de pessoas e a possibilidade do envolvimento de autoridades da alta cúpula do Poder Público baiano.
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