Agricultura gerou R$ 27,5 bilhões para a Bahia em 2020, melhor resultado em 26 anos

Algodão_Foto_Fernando Vivas_GOVBA

Números divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (22), a partir do levantamento da pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM), trazem uma sequência de boas notícias para a agricultura baiana, que volta a bater recordes em diversas cadeias produtivas. De 2019 para 2020, o valor gerado pela agricultura do estado teve o maior aumento em 26 anos, da ordem dos 41,9%, e isso já é um recorde. Outro novo patamar atingido é o total movimentado pelo setor no estado – R$ 27,5 bilhões –, sendo esses números os maiores desde o começo da série histórica da PAM, que iniciou os registros em 1974.

A pesquisa da Produção Agrícola Municipal faz o levantamento a partir da coleta de dados sobre 66 produtos em todos os municípios do país. Para isso, o IBGE se utiliza de fontes secundárias de informação (associações de produtores, órgãos públicos e entidades ligadas à agricultura, dentre outros). Dos 66 produtos investigados, 45 são cultivados na Bahia e, desse total, 38 deles (84,44%) apresentaram crescimento no valor de produção entre 2019 e 2020. A performance fez a participação da Bahia subir no valor total gerado pela agricultura brasileira, saindo de 5,4% (2019) para 5,8% (2020).

Em 2020, a safra baiana de grãos foi a maior de todos os tempos, o que representa mais um recorde para o estado. Desde 1974, nunca se colheu tantos grãos na Bahia, chegando-se a 10,6 milhões de toneladas. O grupo de grãos abarca cereais, leguminosas e oleaginosas, constituindo um conjunto de 15 produtos. A pesquisa do IBGE mostra que, tanto na Bahia como também no Brasil, os grãos são responsáveis por R$ 6 em cada R$ 10 gerados pela agricultura, sendo 62,8% no valor total nacional (ou R$ 295,7 bilhões) e 64,4% no total da Bahia (ou R$ 17,7 bilhões). Esses R$ 17,7 bilhões mostram um crescimento de 56,5% em relação ao total percebido com a produção de grãos na Bahia em 2019, que foi de R$ 11,3 bilhões.

“Os números da PAM confirmam o contínuo viés de crescimento da agricultura baiana, apresentado em outros recentes estudos. Os negócios do campo vêm se consolidando como grande força da economia baiana, responsáveis que são por um quarto do PIB do estado. Levando-se em conta que as cadeias produtivas do agronegócio empregam muito, em seus diversos níveis, é fácil dimensionar o caráter estratégico desse setor. Tudo isso é resultado dos esforços dos empreendedores do campo, das famílias que se dedicam a esse setor, e também ao trabalho organizador e incentivador do Governo da Bahia e da sua Secretaria da Agricultura. E tenho certeza de que vamos evoluir ainda mais”, destaca o secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura, João Carlos Oliveira.

A força da soja

A soja, que está no grupo dos grãos, foi o produto com maior aumento absoluto do valor gerado pela agricultura na Bahia. Subiu de R$ 5,9 bilhões em 2019 para R$ 10,3 bilhões em 2020, uma diferença de expressivos R$ R$ 4,4 bilhões, que representam um acréscimo da ordem dos 73,7%. Os valores totais da soja e também o acréscimo percebido entre um ano e outro (no caso 2020 em comparação a 2019) são os maiores desde o início da série histórica da PAM, ou seja, 46 anos.

Sobre a tonelagem final da soja, que é a safra, em 2020, foi a segunda maior da série histórica da PAM (iniciada em 1974), apenas inferior à de 2018, mas, ainda assim, superior à de 2019. Os números totais da soja na Bahia em 2018 foram 6,3 milhões de toneladas (recorde histórico); em 2019, 5,3 milhões de toneladas; e em 2020, 6,1 milhões de toneladas.

O documento do IBGE traz uma informação específica sobre a soja que explica o cenário atual do produto no Brasil. “O crescimento do valor gerado pela soja, muito além de sua produção em volume, deu-se por conta do cenário cambial favorável, que teve como consequência o aumento dos preços dessa commodity e uma maior rentabilidade ao produtor, o que, por sua vez, levou a um maior investimento e à expansão das áreas de cultivo”, aponta o IBGE.

Algodão e milho

O algodão foi outro destaque na pesquisa do IBGE. Também do grupo dos grãos, o algodão apresenta o segundo maior valor de produção no estado, alcançando R$ 4,4 bilhões em 2020, mais um recorde desde a implantação do Real, em 1994. O algodão representou, em 2020, uma fatia de 16% do valor total da agricultura baiana – a soja representou 37,4%.

Os valores de mercado do algodão também ajudaram na construção dos bons números do produto. O volume de produção em 2020, que foi de 1,462 milhão de toneladas, representa um decréscimo da ordem dos 2% na relação com os números de 2019.

O milho em grão apresenta-se, na PAM, como o terceiro produto de maior valor para a agricultura da Bahia. Em 2020, foram colhidas 2,6 milhões de toneladas, representando acréscimo de 40,3% à safra de 2019, que foi de 760.097 toneladas. Representou 7,8% do valor agrícola total da Bahia em 2020, com R$ 2,1 bilhões. “Assim como ocorreu com a soja e o algodão, foi um valor recorde para o produto, desde o início do Real, com aumento expressivo frente a 2019 (+ 105,2%, ou + R$ 1,1 bilhão) “, indica o documento do IBGE.

Fruticultura

Desde o início da implantação do Real, em 1994, o maior valor de produção da fruticultura baiana foi observado em 2016, atingindo R$ 3,6 bilhões. O estudo da pesquisa da Produção Agrícola Municipal demonstra que, em 2020, a fruticultura baiana atingiu a sua segunda maior marca histórica no tangente ao valor de produção, somando R$ 3,5 bilhões, o que representa acréscimo de 11,7% com relação a 2019.

O estudo do IBGE se baseia em 20 produtos do grupo das frutas. Um dos destaques nesse grupo é a manga, cuja produção cresceu 6,4% em 2020 na relação com 2019, chegando a 470.487 toneladas. Já o valor de produção cresceu 15,8% no mesmo período, alcançando os R$ 755,4 milhões.

Os dez mais

O estudo do IBGE relaciona ainda os dez municípios baianos com maior valor de produção agrícola em 2020. Por ordem, são eles: São Desidério, Formosa do Rio Preto, Barreiras, Correntina, Luís Eduardo Magalhães, Riachão das Neves, Jaborandi, Mucugê, Juazeiro e Ibicoara.

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Secom-BA / foto: Fernando Vivas