Consumo das famílias avança 3,6% em 2021, após queda de 5,4% em 2020

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Motor do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil, o consumo das famílias cresceu 3,6% em 2021, indicou nesta sexta-feira (4) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A alta veio após queda de 5,4% em 2020, quando a chegada da pandemia de Covid-19 derrubou a economia nacional. O indicador ainda está 1,3% abaixo do nível pré-crise (final de 2019).

O PIB do país avançou 0,5% no quarto trimestre de 2021 e encerrou o ano com crescimento de 4,6%.

O consumo das famílias é o principal componente do PIB sob a ótica da demanda, respondendo por cerca de 60% do cálculo do indicador no país.

“Houve uma recuperação da ocupação em 2021, mas a inflação alta afetou muito a capacidade de consumo das famílias. Os juros começaram a subir. Tivemos também os programas assistenciais do governo. Ou seja, fatores positivos e negativos impactaram o resultado do consumo das famílias no ano passado”, afirma a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Além da base de comparação fragilizada, a reabertura da economia também é apontada por analistas como um fator de influência para o crescimento em 2021.

A recuperação do consumo, entretanto, é ameaçada pelos juros mais altos no começo deste ano, pela inflação persistente e pela renda enxuta. Em conjunto, os três fatores diminuem o poder de compra da população.

Segundo os dados do PIB divulgados nesta sexta, os investimentos produtivos na economia brasileira, medidos pelo indicador de FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), também subiram em 2021. A alta foi de 17,2%, após queda de 0,5% no ano anterior. Foi o maior crescimento desde 2010 (17,9%).

A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, afirmou que a contribuição dos investimentos para o PIB foi até mais alta do que a do consumo das famílias. Todos os componentes do investimento subiram. A construção, 12,8%. Máquinas e equipamentos (nacional e importados), 23,6%, com destaque para máquinas agrícolas e caminhões.

“A recuperação da economia impulsionou esse crescimento. Muita coisa represada voltou a funcionar. O setor de construção se recuperando também ajudou para uma maior produção de máquinas e equipamentos”, afirmou Palis.

Ela disse que, na comparação com 2020, não houve distorções no número por conta de preços e plataformas de petróleo, como aconteceu no ano passado.

?A taxa de investimento em relação ao PIB ficou em 19,2%, ainda abaixo do pico de 20,9% em 2013.

O PIB sob a ótica da demanda contempla ainda exportações, importações e consumo do governo.

O consumo do governo caiu 4,5% em 2020 e cresceu 2% em 2021. As exportações avançaram 5,8% em 2021. Já as importações cresceram 12,4%.

“Como a economia aqueceu, o país importou mais do que exportou, o que gerou esse déficit na balança de bens e serviços. Isso puxou o PIB um pouco para baixo, contribuindo negativamente para o desempenho da economia”, explica Rebeca Palis.

O IBGE também apresentou os dados trimestrais do PIB nesta sexta. No quarto trimestre de 2021, o consumo das famílias avançou 0,7% frente aos três meses imediatamente anteriores. Os investimentos produtivos na economia cresceram 0,4% no mesmo período.

Enquanto isso, as exportações tiveram baixa de 2,4% entre outubro e dezembro. As importações subiram 0,5% em igual intervalo. O consumo do governo avançou 0,8%.

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