Maioria dos baianos não acredita que os preços ficam mais baixos na Black Friday

De acordo com pesquisa, apenas 48% acreditam que promoções realmente existem nesse período 

2

Na Bahia, a Black Friday já é um evento conhecido: de acordo com uma pesquisa feita pela plataforma Tim Ads, 99% dos baianos conhecem a data e 61% pretendem fazer alguma compra este ano. Entretanto, a pesquisa aponta também que menos da metade da população do estado, apenas 48%, acredita que as promoções são reais.

Uma dessas pessoas é a professora Andreia Guedes, de 50 anos. Segundo ela, não tem costume de comprar na Black Friday porque não confia na veracidade das ofertas do período. “Nem nas lojas físicas e nem na internet. Porque eu sei que vários lojistas aumentam seus preços semanas antes e no dia voltam aos que praticam normalmente, dizendo que estão dando um grande desconto”, diz.

Visando fiscalizar os valores ofertados na Black Friday, a Diretoria de Ações de Proteção e Defesa do Consumidor (CODECON) afirma ter feito uma tomada de preços um mês antes da data, tanto em lojas físicas como nas digitais, de forma a observar no dia se os produtos realmente estão em desconto.

Segundo o advogado Cândido Sá, especialista em direito do consumidor, no geral, a Black Friday é vantajosa para os clientes. Entretanto, é necessário acompanhar os produtos com alguma antecedência. “Para [o consumidor] saber se não está caindo naquele grande golpe de pagar metade do dobro. É importante que sempre dê print screen para registrar os valores e avaliar se a empresa não subiu o preço para dar um falso desconto, algo que gera punição”, alerta.

O especialista reforça que o crime de propaganda enganosa está previsto no artigo 67 do Código de Defesa do Consumidor, com possibilidade de pena de detenção de três meses a um ano, além do pagamento de multa. À vítima, é garantida a devolução ou troca do dinheiro.

“É importante ressaltar que o direito é [feito de] provas. Então, é importante o consumidor documentar as evidências, tirar fotos de produtos, guardar notas fiscais, tentar uma reclamação diretamente contra a empresa. E, se não obtiver uma resposta satisfatória, buscar a Justiça”, diz.

Originada nos Estados Unidos, a Black Friday é a data que marca o início das compras de Natal, prometendo descontos e preços melhores. Tradicionalmente, no país norte-americano, acontece um dia após o Dia de Ação de Graças.

Josué Costa, estudante de 20 anos, diz que a data é uma oportunidade de movimentar a economia e possibilitar que mais pessoas tenham acesso às compras. Para o jovem, que planejava comprar um celular durante a Black Friday, o incômodo com a data está na valorização excessiva do que vem de fora.

“É mais um exemplo de como os brasileiros não valorizam sua própria cultura. Os brasileiros sempre trazem algo de fora e incorporam aqui. Outro exemplo são as decorações de Natal, que remeteram sempre a um lugar frio, sendo que aqui no Brasil estamos em pleno verão”, afirma.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo.

 .
RTEmagicC_c6cebb5f20-4.gif-4