Saiba como agiam deputado e aliados que traficavam drogas e armas dentro da Assembleia
A Operação Bandeirantes resultou na prisão de quatro pessoas ligadas ao Comando Vermelho e na apreensão de materiais ilícitos. |
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A Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou e conseguiua prisão do deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva (MDB), conhecido como TH Joias, acusado de associação para o tráfico e comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito.
A ação penal, proposta pelo procurador-geral de Justiça Antonio José Campos Moreira, resultou na Operação Bandeirantes, deflagrada nesta quarta-feira (3), quando foram cumpridos quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão em endereços na Barra da Tijuca, Freguesia e Copacabana, no Rio de Janeiro.
Os acusados, que tem ligação com à facção Comando Vermelho, vão responder por associação para o tráfico de drogas e comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito.
Como o grupo atuava
Segundo a denúncia, os acusados mantinham vínculos estáveis com o Comando Vermelho, atuando nos Complexos da Maré e do Alemão e na comunidade de Parada de Lucas. O grupo intermediava a compra e venda de drogas, armas e equipamentos antidrones, usados para dificultar ações policiais, além de movimentar grandes quantias em espécie para financiar a facção.
O deputado denunciado teria utilizado seu mandato para favorecer a facção, nomeando comparsas em cargos estratégicos da Assembleia Legislativa do Rio (ALERJ). Ele é acusado de intermediar diretamente a compra e venda de drogas, armas e aparelhos antidrones, além de realizar pagamentos a integrantes do Comando Vermelho.
Crimes dentro do parlamento
De acordo com a denúncia, o deputado teria nomeado aliados em cargos estratégicos na ALERJ, criando uma rede para intermediar a compra e venda de drogas, armas e aparelhos antidrones, além de efetuar pagamentos a integrantes do Comando Vermelho.
Os demais acusados tinham funções específicas:
- Liderança da facção: controlava o dinheiro da organização e autorizava pagamentos vultosos, incluindo compra de antidrones.
- Tesoureiro: armazenava drogas, guardava valores milionários e intermediava negociações de armas e munições.
- Fornecedor de equipamentos antidrones: testava e treinava o uso dos dispositivos, enquanto ocupava cargo de assessor parlamentar indicado pelo deputado para encobrir atividades ilícitas.
- Assessora parlamentar: casada com o tesoureiro, atuava como elo entre a facção e o Legislativo, ajudando a ocultar operações ilegais.
Tramitação especial devido a foro privilegiado
A investigação tramitou na Procuradoria-Geral de Justiça porque envolve um agente político com foro por prerrogativa de função, garantindo que o caso seja analisado no âmbito correto da Justiça.
Operação Bandeirantes com apoio federal e estadual
A Operação Bandeirantes contou com a participação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, além de promotores da Assessoria de Atribuição Originária Criminal (AAOCRIM/MPRJ), integrantes da Subprocuradoria-Geral de Justiça de Atuação Especializada e agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).
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