Trinta e nove pessoas são presas na Bahia e em outros cinco estados por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e disputa de territórios

Uma megaoperação na Bahia e em outros cinco estados prendeu 39 pessoas na manhã desta quinta-feira (11), suspeitas de integrar um grupo criminoso especializado em tráfico de drogas, crimes patrimoniais, lavagem de dinheiro e disputa de territórios.
Um dos alvos presos é o capitão da Polícia Militar Mauro Grunfeld. Ele foi preso em maio e em julho de 2024, suspeito de participar de um esquema de compra e venda de armas que abastecia facções criminosas na Bahia.
Segundo a Polícia Civil, a Megaoperação Zimmer, deflagrada pela Polícia Civil, por meio do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), com o apoio das polícias Militar e Federal, cumpre mandados na Bahia, Sergipe, Espírito Santo, São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco.
Na Bahia, a operação é realizada nos bairros da Graça, Engomadeira, São Marcos e Stella Maris, em Salvador além das cidades de Camaçari, Lauro de Freitas, Feira de Santana e Porto Seguro.
A TV Bahia apurou que foram determinados os cumprimentos de 50 mandados de busca e apreensão e 43 de prisão. A Polícia Civil também pediu o bloqueio de R$ 100 milhões, além do sequestro de bens dos investigados.
As investigações começaram em após três pessoas serem presas com quase 1 tonelada de drogas em outubro de 2023. Na época, parte do material foi encontrado em um quarto do hotel de luxo Astron, que fica na Avenida Tancredo Neves, em Salvador. Já a outra parte, em um condomínio de alto padrão, no bairro de Jauá, na cidade de Camaçari.
De acordo com a apuração conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), de Investigações Criminais Norte e das Promotorias Criminais da Comarca de Juazeiro, o capitão era um “contumaz negociador de armas e munições”. Grunfeld foi descrito como o principal remetente de dinheiro para Gleybson Calado do Nascimento, também policial militar da Bahia e apontado como um dos maiores operadores do esquema que movimentou quase R$ 10 milhões entre 2021 e 2023.
Um documento sigiloso, obtido pela TV Bahia, aponta que entre 18 de fevereiro de 2021 e 13 de fevereiro de 2022, o capitão transferiu R$ 87.330,00 para Nascimento. “Os diálogos entre os dois indivíduos não deixam nenhuma dúvida de que os altos valores transacionados, demonstrados abaixo, referem-se à comercialização de armas de fogo e munições. Denota-se, da conversa, que a negociação entre eles é algo permanente, habitual, comum, sem nenhuma formalidade”, indica um trecho do material.
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G1 Bahia e TV Bahia Foto reprodução
