Dinheiro atribuído a Geddel em ‘bunker’ já passa de R$ 22,5 milhões
Malas e caixas com notas de R$ 100 e R$ 50 foram apreendidas em apartamento em Salvador
A Polícia Federal (PF) contabilizou até o fim da tarde desta terça-feira R$ 22,5 milhões em dinheiro apreendido em um “bunker” em Salvador que seria, supostamente, utilizado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima. A PF, no entanto, ainda não contou todo o dinheiro, encontrado malas e caixas em um apartamento localizado num bairro nobre da capital baiana. Geddel, que já foi ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer, cumpre prisão domiciliar na cidade.
A ação faz parte da Operação Tesouro Perdido, que cumpriu mandado de busca e apreensão emitido pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. A PF recebeu em 14 de julho de 2017, por meio de um telefonema, informação de que o ex-ministro estaria escondendo “provas ilícitas” em caixas de documentos. O imóvel pertence a Silvio Silveira, que teria cedido o local para que o ex-ministro guardasse os pertences de seu pai já falecido.
O apartamento fica em um edifício na Rua Barão de Loreto, no bairro da Graça. Os policiais federais procuraram moradores do prédio, que confirmaram a notícia de que alguém estaria usando o apartamento para guardar “pentences do pai”. Segundo a PF, os valores apreendidos serão transportados a um banco onde será contabilizado e depositado em conta judicial.
A localização do “bunker” foi possível após investigações nas últimas fases da Operação Cui Bono. Nesse caso, Geddel é suspeito de ter recebido cerca de R$ 20 milhões em propina de empresas interessadas na liberação de financiamentos na Caixa Econômica Federal (CEF), banco no qual o ex-ministro foi vice-presidente de Pessoa Jurídica entre 2011 e 2013, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Outra operação, a Sépsis, também lançou suspeitas sobre Geddel, relativas ao pagamento de propinas para conseguir créditos no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pela Caixa.
“Assim, há fundadas razões de que no supracitado imóvel existam elementos probatórios da prática dos crimes relacionados na manipulação de créditos e recursos realizadas na Caixa Econômica Federal, considerando que Geddel Quadros Vieira Lima é um dos envolvidos no referido esquema ilícito e estava fazendo uso velado do aludido apartamento, que não lhe pertence, mas a terceiros, para guardar objetos/documentos”, escreveu o juiz Vallisney em sua decisão.
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O Globo