Integrantes de diretoria da Unimed são suspeitos de aplicar golpe na própria empresa; entenda o caso
Cinco advogados foram presos suspeitos de participação, incluindo o baiano Daniel Ângelo de Paula
Foto: Google Street View
Cinco advogados foram presos durante uma operação que objetivava prender uma quadrilha suspeita de aplicar um golpe na empresa de plano de saúde Unimed, de Petrópolis (RJ), na segunda-feira (10). Entre os presos, estava o advogado Daniel Ângelo de Paula, de 43 anos, que foi pego em Salvador.
A ação, conhecida como “Operação Palhares” é comandada pela Delegacia de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, e promotores do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro. Os mandados são cumpridos na capital fluminense, Distrito Federal, Bahia e Minas Gerais.
Anteriormente, outros três advogados foram presos pelo mesmo motivo. Se tratam de Edilson Figueiredo de Souza, em Brasília, Darcy José Royer, em Uberlândia, Minas Gerais, e Daniel Angelo de Paula, em Salvador, na Bahia. Além deles, o genro da desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Marcio Duarte Miranda, de mesma profissão dos outros envolvidos, também foi pego anteriormente, por um esquema de venda de sentença no Tribunal baiano, e está atrás das grades desde novembro. Todos os advogados são suspeitos de estelionato, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A fraude, que consistia em vender falsos créditos tributários para empresas que tinham interesse em reduzir débitos com a Receita Federal, deu um prejuízo de R$ 17,6 milhões para a Unimed de Petrópolis.
O advogado baiano Daniel é suspeito de ser o operador financeiro do grupo, tendo a função de receber e enviar grande parte do dinheiro pago pela Unimed à organização criminosa. Quebras de sigilo bancário revelaram uma ligação entre o advogado e Geddel, mas a defesa do ex-ministro ainda não se declarou sobre o assunto.
Nos endereços ligados ao criminoso, foram encontradas diversas joias e artigos de luxo. Além disso, os criminosos movimentaram cerca de R$ 400 milhões em suas contas bancárias entre 2012 e 2019.
Após as prisões serem executadas, o juiz responsável pelo mandado de buscas da Operação, Luis Claudio Rocha Rodrigues, titular da 1ª Vara Criminal de Petrópolis, admitiu que suspeita de uma participação de integrantes da Unimed, a empresa que sofreu os golpes.
Segundo o juiz, apesar de provas iniciais contra a diretoria não evidenciar participação na organização criminosa, o Ministério Público estava autorizado de mostrar fatos que comprovem a “qualquer participação no crime” e pedir que medidas sejam tomadas, como uma prisão preventiva.
“O que não restou demonstrado, ao menos até o momento, foi a inteireza da motivação da diretoria da sociedade empresária lesada. Ou seja, se a diretoria, em alguma medida, agiu com intenção escusa ou se tirou algum proveito da vultosa fraude vivenciada que, de uma forma ou de outra, foi submetida ao conselho deliberativo, que aprovou a compra dos créditos tributários”, escreveu Rodrigues.
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Varela Noticias