Aproveitamento ruim do Bahia em finalizações está evidenciado nos número
Tricolor tem uma das piores pontarias da Série B. Apenas Sampaio Corrêa e Oeste conseguem superar o Esquadrão
Ah, os clichês… Uma das lições do jornalista no exercício de sua função é tentar se livrar deles. O difícil é quando passam a fazer sentido em determinada circunstância. Ao Bahia, uma frase bastante popular, de autor desconhecido, define bem o atual momento na Série B: Quantidade não é qualidade.
Afinal, tem sido muito fácil prever o roteiro do tricolor em um jogo. Boa atuação, chances criadas, inúmeros gols perdidos e após a partida, a lamentação por uma eliminação ou resultado ruim. Em consulta ao site de estatísticas footstats.net, pode-se tirar conclusões que confirmam a tese da frase clichê.
Quantitativamente, o time de Doriva vai bem. É o que mais finaliza entre todas as equipes da competição (86 vezes), é o que mais dá assistência para finalizações (63 vezes), além de ser o que mais faz cruzamentos (153 vezes). Porém, a matemática ensina que para caracterizar um aproveitamento bom ou ruim, devemos equacionar quantidade e qualidade e é justamente aí que está o problema.
Das 86 finalizações do tricolor após cinco rodadas da Série B, 34 foram em direção ao gol. Ou seja: em 52 vezes (60%) os jogadores do Esquadrão concluíram errado. De quebra, dão ao Bahia o posto de terceiro time que mais erra finalização no campeonato, à frente apenas do Oeste com 58 e do Sampaio Corrêa com 53 em números absolutos. Em percentual, o Bahia é o nono no quesito, o que coincide com o fato do Bahia ter também o nono ataque mais positivo da Série B, com seis gols.
O volante Danilo Pires, que vinha atuando na linha de meio campo aberto pelo lado direito, é o jogador que mais finalizou na competição (18 vezes) ao lado de Nenê, do Vasco, artilheiro da Série B com 8 gols. Eis a diferença entre eles. Danilo é também o que mais finalizou errado entre todos os atletas dos 20 clubes (12 vezes) e balançou a rede só uma vez.
Aliás, o Bahia tem, além de Danilo Pires, mais dois jogadores nesse “incômodo” top 5. Hernane e Juninho erraram o alvo nove vezes cada. Pra “finalizar”, dos 153 cruzamentos, 118 foram errados, o que corresponde a apenas 23% de acerto neste quesito. Eis que, diante de tantas evidências, há de se concluir que o clichê faz sentido.
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Correio