Jair Bolsonaro diz que vai regulamentar Fies com perdão de dívidas

Os débitos poderão ser parcelados em um prazo de até 12 anos (150 meses) 

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Nesta segunda-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que pretende editar nova regulamentação para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O governo criou, desde o fim do ano passado, regras para renegociação de dívidas de jovens que aderiram ao fundo até 2017.

As mudanças entraram em vigor com a publicação de uma medida provisória, em 30 de dezembro de 2021. O governante não explicou detalhes de como será a etapa de regulamentação.

Os débitos poderão ser parcelados em um prazo de até 12 anos (150 meses). O MP informou que o abatimento pode chegar a 86,5% no valor das dívidas e aumentar para até 92% caso o devedor esteja inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

Aqueles com débitos vencidos e não pagos há mais de 90 dias na data da publicação da MP (30 de dezembro) podem ter desconto de 12% no pagamento à vista, ou parcelar o débito em 150 meses, com perdão dos juros e das multas. Quando o débito passar de 360 dias, podem se aplicar os descontos de 86,5% e 92% (para os devedores no CadÚnico).

Conforme Bolsonaro, pouco mais de 1 milhão de jovens teriam ainda suas dívidas anistiadas —beneficiários do programa que estão inadimplentes a partir do segundo semestre de 2017.

“São 1 milhão e 70 mil jovens que fizeram curso superior e não iam pagar… Não vão pagar a conta. Não tem como pagar. E daí não pode fazer negócio, fica difícil a vida deles”, declarou hoje o presidente, em conversa com apoiadores na portaria do Palácio da Alvorada.

Os cálculos do Planalto indicaram que, entre os que estão parcialmente ou totalmente inadimplentes, serão aproximadamente 3 milhões de jovens beneficiados pela possibilidade de renegociação. “Quem está inadimplente de 2017 para cá não vai pagar mais, esse é caso perdido”, disse Bolsonaro. Já para os demais, o governo dará um “bom desconto”, comentou.

Além disso, Bolsonaro declarou ainda que “Fies é um bom programa”, desde que “feito com responsabilidade”. O fundo —ampliado com o objetivo de subsidiar as mensalidades de alunos em universidades privadas por meio de concessão de crédito— é constantemente lembrado como uma das marcas da gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro e Lula devem se enfrentar na eleição presidencial deste ano, em outubro.

“O que a ‘esquerdalha’ fez? Criou 1 trilhão de universidades pelo Brasil. [O Fies] virou negócio. Quem sabe, né… Acompanha um pouquinho, vê o que aconteceu”, disse hoje o chefe do Executivo federal a apoiadores.

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