Depois da primeira soltura, mais 12 ararinhas-azuis também inseridas na natureza em Curaçá

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As equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da organização não-governamental alemã Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP) estão em festa. 12 ararinhas-azuis foram introduzidas em seu habitat natural, Curaçá, região norte da Bahia. Foi a segunda e a maior soltura do Plano Nacional da Ararinha-azul, desde março de 2020, quando 52 aves voltaram ao local de origem vindas da Alemanha depois da ararinha spix ter sido considerada extinta na natureza. Com as ações do último sábado (10), 20 ararinhas já voltaram aos céus sertanejos.

Uma das portinholas do gradil do recinto de soltura do centro de reintrodução e reprodução da ararinha-azul foi aberta por volta das 6h. Numa bandeja suspensa, do lado de fora, um alimento foi usado como atrativo, mas apenas uma hora depois a primeira ave saiu para comer, explorando lado externo na companhia de outra ararinha-azul solta no mês de junho. Outras aves, as Maracanãs, mais uma espécie nativa, ajudam no processo de soltura branda da ararinha azul, servindo de espelho para o comportamento em grupo em vida livre.

Os exemplares da ararinha spix seguem sendo monitorados de perto pelos brigadistas e agentes do ICMBio e biólogos da ACTP. Eles contam com o apoio fundamental da comunidade curaçaense, residente no entorno do centro de reintrodução e reprodução, ajudando com informações caso avistem ou escutem uma ararinha-azul.

“Aqui existem ararinhas-azuis na natureza e em cativeiro e isso faz com que elas fiquem perto do recinto de soltura, o que é importante pra gente monitorá-las enquanto adquirem independência do ser humano, o que ocorrerá ao longo do tempo. A soltura branda é assim: dá-se a liberdade como opção e a possibilidade de retorno pro cativeiro até se adaptarem”, explicou Camile Lugarine, analista ambiental do ICMBio e coordenadora executiva do Plano de Ação Nacional Ararinha Azul.

Educação ambiental
Característica marcante do Projeto Tita Ararinha, a educação ambiental se fez presente num momento tão importante para as irmãs de penas da ararinha mais simpática do Brasil. Após vencerem um concurso cultural de desenho, realizado em parceria com a Bluesky Caatinga através das redes sociais, duas crianças tiveram a honra de acompanhar a soltura das ararinhas-azuis em Curaça.

A convite do pai da Tita, o multifacetado ambientalista, Victor Flores, e do Diretor da BlueSky, Ugo Vercillo,  Alicia Nadine, 11 anos e Julye Nakamoto, 15 anos, tiveram um dia de campo muito especial, acompanhando as explicações e orientações da equipe do ICMBio e ACTP, vivenciando a experiência de entrar em uma barraca camuflada, localizada a uma distância segura para evitar assustar ou estressar as aves, a fim de conhecer os detalhes do trabalho de reintrodução das ararinhas-azuis na natureza, além de aprenderem na prática uma lição sobre a importância da preservação ambiental a partir dos cuidados com a nossa flora e fauna.

“É mais um grande momento para o nosso projeto, através da Tita, participar da segunda soltura das ararinhas spix. O sentimento é de orgulho pelo trabalho realizado até aqui com a literatura e as artes audiovisuais e de reconhecimento da nossa contribuição para a educação ambiental de quem, desde já, nos ajuda a construir um futuro melhor, sem falar no peso que isso significa para representatividade da a comunidade! Estamos vibrando e motivados a seguir sempre em frente com dedicação máxima!”, celebrou Flores.

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Carlos Britto