Pauliana Almeida: “Traumatismo Cranioencefálico (TCE)”
O trauma cranioencefálico (TCE) é causado por uma agressão ou por uma aceleração ou desaceleração de alta intensidade do cérebro dentro do crânio. Esse processo causa comprometimento estrutural e funcional do couro cabeludo, crânio, meninges, encéfalo ou de seus vasos. O TCE é um trauma que não apresenta origem degenerativa ou congênita, e pode causar diminuição ou alteração de consciência, resultando em alterações que afetam diretamente o funcionamento físico, cognitivo (memória, aprendizado e atenção), comportamental ou emocional.
O traumatismo cranioencefálico é a principal causa mundial de morbimortalidade em indivíduos com idade inferior a 45 anos, e atinge mais comumente a faixa de idade dos 15 aos 24 anos. Esse trauma é mais predominante no sexo masculino, e compromete os homens duas ou três vezes mais que as mulheres. Nas vítimas de trauma, o TCE está presente em 40%, desses indivíduos 20% acabam falecendo no local ou nas primeiras 24 horas de internação e 80% na primeira semana após o acidente. No Brasil, a incidência de TCE vem crescendo a cada dia, são mais de 100 mil vítimas fatais, estimando 1 morte para cada 3 sobreviventes, e os indivíduos que sobrevivem muitas vezes acabam evoluindo para seqüelas graves.
O TCE tem como causa acidentes de trânsito (automobilísticos, ciclísticos, motociclísticos, atropelamentos), quedas, agressões, lesões por arma de fogo, catástrofes, esportes entre outros. Dentre esses, os acidentes de trânsito são os principais causadores de trauma cranioencefálico, tendo uma porcentagem em torno de 60% a 70%. Além disso, observou-se que os acidentes envolvendo o trânsito foram os principais responsáveis por causar invalidez após traumas mecânicos na última década no Brasil.
Tipos de Trauma Cranioencefálico
O TCE está dividido em três tipos: trauma craniano fechado, trauma com abaulamento no crânio e fratura exposta. O trauma craniano fechado se caracteriza por uma fratura sem desvio na estrutura óssea, ou por não apresentar ferimento na calota craniana. Na fratura com abaulamento, o osso fraturado se encontra afundado no crânio, podendo causar compressão ou lesão cerebral. E na fratura exposta, geralmente ocorre uma laceração do couro cabeludo e músculos pericrânios, existindo comunicação direta entre a parte externa do crânio com o parênquima cerebral (tecido responsável pela função cerebral).
Quadro Clínico
O indivíduo vítima de TCE muitas vezes apresenta alteração de consciência, e dependendo da extensão e gravidade da lesão, pode evoluir para o coma, podendo permanecer nesse estado por horas, dias ou semanas. Esses indivíduos após saírem do coma, normalmente se apresentam confusos e com dor de cabeça. Pessoas que sofreram TCE podem ter alterações motoras, posturais, sensitivas, de linguagem, comunicação, visão, audição, transtornos de personalidade, intelecto, crises convulsivas, incontinência urinária ou fecal, complicações devido a permanência prolongada no leito, entre outras. Existem três categorias que dividem as incapacidades resultantes provenientes do TCE, são elas: físicas, cognitivas e comportamentais/emocionais. As físicas são variadas, podendo ser motoras, visuais, posturais, ente outras. As cognitivas geralmente afetam a memória, capacidade de aprendizado e atenção. E as alterações comportamentais/emocionais incluem comportamento imaturo, perda da autoconfiança, desmotivação, irritabilidade e agressividade. Os pacientes de TCE podem apresentar mais de uma alteração no seu quadro clínico e a gravidade do trauma vai determinar se haverá ou não seqüelas significativas. No trauma cranioencefálico leve, alguns padrões de alterações podem estar presentes na fase pós-aguda, mas não significam que serão seqüelas permanentes. Muitos destes pacientes não apresentam alterações de memória, aprendizado e atenção, mas podem enfrentar dificuldades para retornar as suas atividades diárias. No caso de TCE grave o comprometimento pode envolver as três categorias, apresentando diversos padrões de alterações, não sendo possível determinar especificamente o que o indivíduo vai ter como complicação, conseqüência e incapacidade.
Tratamento
O tratamento do TCE inicia na cena do trauma, que exige nesse momento organização e conduta de qualidade. É importante que ocorra transporte correto da vítima e uma admissão adequada no hospital. Esses passos contribuirão para realizar um diagnóstico correto, estabelecer um prognóstico e uma conduta terapêutica eficaz e de qualidade. Inicialmente o tratamento será clínico e/ou cirúrgico, em seguida, após o quadro clínico do paciente se estabilizar, começarão as terapias para reabilitação. Pacientes com TCE são acompanhados por uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. A abordagem do tratamento deve ser global, tendo como objetivo alcançar o maior grau de funcionalidade, proporcionando a esses indivíduos maior nível de independência e qualidade de vida.
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Pauliana Almeida Cruz
Fisioterapeuta/ Pós- graduada em Fisioterapia Dermato –Funcional/ Formação em Pilates/Formação em RPG/ Formação em Ginastica Laboral/Formação em Pericia para Fisioterapeutas.
Crefito: 89881-F