Irmão de Bruno diz que ajudou a ocultar corpo de Eliza em MG
Rodrigo está preso no Piauí e foi ouvido a pedido da Polícia Civil do Rio.
Ele disse que só revela local exato dos restos mortais se receber proteção.
A Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, deu mais detalhes nesta segunda-feira (4) sobre o depoimento do irmão do goleiro Bruno Fernandes de Souza, Rodrigo Fernandes. Segundo a Deam, ele contou à polícia do Piauí que participou do primeiro sequestro de Eliza Samudio, mãe de um filho do goleiro, em outubro de 2009, e também da morte e ocultação do cadáver da jovem, em 2010.
A delegacia, que ainda investiga o sequestro de 2009 e pediu o depoimento, disse que os restos mortais da mulher estão numa cidade de Minas Gerais. Na ocasião em que procurou a Deam e denunciou Bruno, Eliza disse ter sido ameaçada e obrigada a tomar remédios para abortar o filho que esperava.
Ainda segundo a Deam, Rodrigo não detalhou o local exato em que estaria o corpo de Eliza e apontou suspeitos de terem participado do crime. Ele teria dito que só informaria o paradeiro dos restos mortais da jovem se fosse incluído num programa de proteção a testemunhas.
O documento foi enviado à Deam de Jacarepaguá mas, diante de muitas dúvidas, uma nova carta foi remetida ao Piauí com outros questionamentos. Essa segunda carta já foi remetida de volta ao Rio, mas ainda não chegou às mãos da polícia.
A Polícia Civil de Minas, que apura o homicídio, informou que foi comunicada Civil do Rio sobre depoimento e que espera o recebimento da documentação da polícia piauiense, com a oitiva completa, para definir quais procedimentos serão tomados.
Preso por estupros
O irmão de Bruno cumpre pena no Presídio de Altos desde 2015 e responde a quatro processos, todos por estupro. Ele já havia sido preso em 2010, também por suspeita de abuso sexual e ameaça.
O depoimento de Rodrigo foi coletado na semana passada, após solicitações da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Além dele, outras três pessoas foram ouvidas. De acordo com o delegado geral da Polícia Civil do Piauí, as informações serão repassadas aos estados onde o crime está sendo investigado.
“Tudo o que foi relatado em depoimento por Rodrigo foi enviado para as Polícias Civis do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, onde o caso está sendo investigado. O que foi dito necessita ser apurado com bastante cuidado e o que estava a cargo da Polícia Civil do Piauí foi encerrado”, informou o delegado geral Riedel Batista.
A Secretaria de Segurança do Estado do Piauí também confirmou a coleta do depoimento do irmão do goleiro. De acordo com o secretário Fábio Abreu, Rodrigo e outras testemunhas foram ouvidas na semana passada pela Polícia Interestadual do Piauí (Polinter). Para o gestor, as informações devem ser analisadas com bastante rigor.
“Caberá à Polícia Civil do Rio de Janeiro averiguar o depoimento, pois o irmão de Bruno já tem um histórico de inverdades e uma conduta suspeita”, pontuou o secretário de segurança Fábio Abreu.
Caso Eliza Samudio
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi encontrado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.
Em março de 2013, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. Ele foi sentenciado a 22 anos e três meses de prisão pela morte e ocultação do cadáver de Eliza, além do sequestro do filho da jovem.
A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi julgada na mesma ocasião, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Macarrão e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos foi condenado a 22 anos de prisão. O último júri do caso foi realizado em agosto de 2013 e condenou Elenilson da Silva e Wemerson Marques, o Coxinha, por sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio com Bruno. Elenilson foi condenado a 3 anos em regime aberto e Wemerson a dois anos e meio também em regime aberto.
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G1