Reta final: saiba como estudar faltando apenas 90 dias para o Enem

Estudantes devem usar o tempo a seu favor na reta final

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Três meses. Esse é o tempo que  falta para a realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcadas para os dias 5 e 6 de novembro. Parece pouco. E é – especialmente para aqueles que ainda não começaram a estudar.

No entanto, para ajudar quem ainda não tem um cronograma de estudos definido, o CORREIO pediu que especialistas dessem dicas de como os candidatos podem se organizar melhor nessa fase final de estudos para realizar uma boa prova no Enem.

Além disso, professores de ensino médio e de cursinhos pré-vestibulares de Salvador indicaram os assuntos que são mais cobrados no exame e que, portanto, devem ser priorizados na hora dos estudos.

RTEmagicC_coachmarina.jpgA coach Marina Aquino sugere ao aluno concentração e planejamento
(Foto: Divulgação)

O primeiro passo, como reforça a coach de carreira para jovens Marina Aquino é acreditar que ainda é possível conquistar o objetivo – no caso, a boa nota na prova e a aprovação no curso desejado.

“Pensando de uma forma geral, o estudante que estudou muitas vezes desacredita e acaba não correndo atrás. A ideia é concentrar no presente, no que está aqui agora e começar a fazer diferente para poder se concentrar no resultado. Tem que começar a planejar a ação”, recomenda a especialista.

Depois, é o momento de criar uma rotina de estudos. Não há, no entanto, uma fórmula única, que pode ser aplicada a todo e qualquer estudante, de acordo com Marina. Segundo ela, cada candidato deve descobrir o que é melhor para suas necessidades. Além disso, uma boa dica é observar por quanto tempo você consegue estudar sem perder a concentração. Assim, dá para planejar os intervalos a partir disso.

“Muitos me perguntam quantas horas por dia devem estudar, mas isso é muito individual. Já vi gente estudar quatro horas e passar e gente estudar dez horas e passar. O coach trabalha bem o autoconhecimento, para o jovem conhecer seus pontos fortes e suas fraquezas. A partir disso, ele vai imunizar as fraquezas que muitas vezes atrapalham”, explica.

Depois que o estudante conseguir estabelecer uma ritina de estudos, para a psicopedagoga Gleide Moreira, diretora de relações públicas da Associação Brasileira de Psicopedagogia na Bahia, é o momento dele separar as matérias por tópicos para estudar. “Não adianta correr e estudar um monte de coisa num dia só, sair atropelando, porque não vai sistematizar o conhecimento. É preciso separar por tópicos e ver as dificuldades”.

Não se ‘sabote’
Outro erro comum – e que, portanto, deve ser evitado – é o que a coaching Marina Aquino chama de autossabotagem. Ou seja: o estudante deve tentar seguir o seu planejamento. “Tem gente que diz que vai estudar quatro horas num dia, mas acaba estudando duas, ou nem estudando. Diz que vai assistir mais um filme no Netflix e quando vai ver, nem começou a estudar. A primeira forma de evitar isso é saber o motivo de você estar fazendo aquilo”.

Segundo Marina, que faz acompanhamento individual de estudantes com dez sessões semanais, quando eles já sabem o que querem, acabam sendo mais disciplinados. Assim, a dica para quem ainda não se decidiu é, além de manter o ritmo de estudos, pesquisar mais sobre as carreiras com as quais se identifica. Além do acompanhamento individual, Marina trabalha com workshops. No próximo dia 30, promoverá um no Centro Empresarial Iguatemi.

Adaptação
Para conseguir se adaptar a essa rotina corrida de estudos, a estudante Giulia Souza, 16 anos, que cursa o 3º ano no Colégio Sartre COC, recorreu às sessões de coaching em março. “Sempre fui muito desorganizada com horários. Me perdia muito na rotina, mas vi que meu irmão fez acompanhamento e isso ajudou muito ele. Procurei Marina e ela foi me direcionando. Hoje, eu tenho um papel na parede com horário para estudar, para sair…”, conta a estudante.

Agora, Giulia, que quer fazer faculdade de Direito, estuda de duas a três horas por dia. Ela garante que consegue cumprir, na maioria das vezes a rotina estabelecida. Mas, quando não acontece, também tenta não se preocupar muito. “Aprendi que, às vezes, a gente acaba saindo da rotina. Acontece.”, reconhece. E ela não está errada. Especialistas orientam que o tempo de relaxar também é importante em meio à atribulada agenda de estudos.

Revisão
Quem tem experiência de estudo com o conteúdo que é cobrado no Enem e em vestibulares garante que o tempo que resta dá para estudar os assuntos principais – esses indicados pelos professores.

Mas, como destaca o professor Victor Benevides, que ensina Química na Fundação Baiana de Engenharia, no colégio e no curso Galileu e no Universitário, as provas do Enem (especialmente a de Química) têm se tornado mais difíceis a cada ano.

“As questões são similares às questões mais difíceis do Brasil inteiro. Por isso, não adianta só o aluno saber o conteúdo. Ele tem que saber e entender quais são as competências relativas à interpretação de gráficos, além do conteúdo de Química normal. Tem que saber associar, porque a transdisciplinaridade está em foco”, alerta Benevides.

Já o professor de Biologia Diógenes Santos Pires, dos cursos Análise, Pré-Villas, Gregor Mendel de Feira de Santana, e dos colégios Helyos, Salesiano e Perfil, aponta que, na verdade, esse tipo de estudo vai servir para quem não deixou de estudar esses assuntos há muito tempo e está com o conteúdo ainda fresco na memória.

“Se é alguém que está muito desatualizado, talvez não sirva muito. Mas se é uma pessoa que não tem muito tempo que saiu do terceiro ano ou que só não passou no último vestibular, vai ser uma grande revisão para ela. Na verdade, essa pessoa vai rever tópicos que ela já sabe”, comenta o professor.

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